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Mundial de voleibol

João José e o Mundial: “Temos de ambicionar voltar aqui, temos de continuar a pensar e a planear”

22 set, 2025 - 11:00 • Hugo Tavares da Silva

A derrota contra a Bulgária (0-3), nos oitavos de final, ditou o adeus de Portugal ao Mundial de voleibol. O selecionador, uma figura do torneio em 2002, garante que só jogando com os melhores o nível sobe.

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João José é um homem sereno, mas que não se confunda serenidade com amolecimento ou conformismo. Depois de uma participação especial de Portugal no Mundial de voleibol, nas Filipinas, naquela que foi apenas a terceira presença no torneio, o selecionador nacional avaliou friamente o que se fez contra a Bulgária (0-3) e, sobretudo, deixou pistas para o futuro.

“Não posso prometer isso”, riu-se, quando lhe perguntaram se Portugal vai ter de esperar mais de 20 anos para voltar a um Campeonato do Mundo de voleibol. Também em 2002, com ele como central e blocador exímio (terminou na melhor equipa da prova), Portugal sonhou, talvez mais um bocadinho, já que caiu apenas com a campeã olímpica Jugoslávia, nos ‘quartos’.

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“Temos de ambicionar voltar aqui, é extremamente difícil, ainda por cima agora acabaram as qualificações, será tudo pelo ranking”, explica.

“Significa que temos de fazer as coisas bem durante muito mais tempo. Temos de continuar a pensar, planear. Chegarmos aqui, a este Mundial, é algo que temos vindo a planear. Não começou este ano ou no ano passado, temos vindo a construir. Sabíamos que tínhamos de subir no ranking. Agora é manter, perceber o que fizemos bem, o que precisamos de melhorar, para voltarmos a estar. Vamos aproveitar o próximo Europeu, é uma oportunidade.”

Sobre a derrota contra a Bulgária de Nikolov, um rapaz que tem um martelo flexível naquele braço direito, as palavras de João José espelharam exatamente o que aconteceu, mais ainda o resultado. “Foi uma partida difícil em todos os aspetos, quer emocionalmente, quer fisicamente. Procurámos entrar fortes, conseguimos entrar fortes. A Bulgária respondeu bem. Acabámos por quebrar a meio do set”, confessou.

E continuou: “Conseguimos manter o ímpeto para o segundo set, bem focados no que tínhamos de fazer, estávamos a fazer as coisas bem, mas tínhamos de as manter mais tempo. Acabámos por quebrar ali no final e eles fecharam”

Quanto ao terceiro set, o desanimo de João José espreitou entre as palavras: “Caímos um pouco, não entrámos fortes. Acabámos por colapsar e seguiu da forma natural até ao final”. Contas feitas, 25-19, 25-23 e 25-13 para os búlgaros.

Sobre a sorte, um fugaz lamento. “Há ali pequeninas coisas que a gente nota que vai caindo para o outro lado, mas tentamos não pensar nisso, precisamos de melhorar. Temos de estar aqui novamente, temos de defrontar a Bulgária, Estados Unidos e Cuba, para o nosso nível melhorar. Temos de os defrontar para sermos melhores.”

O trajeto de Portugal no Mundial 2025 deixa bons sinais para o futuro, com vitórias com Cuba (3-1) e Colômbia (3-2), e derrotas com Estados Unidos (0-3) e, agora, Bulgária, que vai defrontar os norte-americanos ou a Eslovénia nos quartos de final.

A seleção portuguesa tentava assim imitar o que fizera em 2002, com o cubano Juan Diaz como selecionador. A estreia de Portugal nesta competição aconteceu em 1956, com um 15.º lugar.

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