19 mai, 2025 - 19:15 • Inês Braga Sampaio
Frederico Varandas tem dois filhos, um de cinco anos e a outra com dois, completados esta segunda-feira. O mais velho já festejou o título três vezes em cinco possíveis; a mais nova só sabe ser campeã. É assim que o presidente do Sporting sustenta o argumento de que, desde que assumiu funções, em 2018, não há melhor clube em Portugal.
Vão três títulos de campeão nacional durante a presidência de Varandas, que vai já no segundo mandato. Números a que o líder leonino puxou o lustro, esta tarde, na receção da equipa bicampeã nacional na Praça do Município, em Lisboa. Este título, o primeiro "bi" em mais de 70 anos, foi "o mais saboroso" para Frederico Varanadas. E agora, o presidente do Sporting quer "muito, mas mesmo muito", ser tricampeão.
"Desde que esta direção assumiu funções em 2018, o Sporting conquistou três campeonatos. Os nossos rivais, dois cada um. Nos últimos cinco anos, conquistámos três. Isto significa que, de forma objetiva e factual, desde 2018 o Sporting é o número 1 em Portugal. (...) Tenho em casa dois filhos. Um com cinco anos, já viu o Sporting ser campeão três vezes. A minha filha, que faz hoje dois anos, só sabe ser campeã. Nós respeitamos muito os nossos rivais, mas quero que saibam que nós queremos muito, mas muito, mas mesmo muito o tricampeonato", declarou.
Para Varandas considera que o Sporting é hoje "um clube digno e íntegro, jovem, pujante e bicampeão". Também atribuiu mérito aos adeptos, a quem agradece que tenham acreditado "até ao fim".
O líder do Sporting destacou a festa da conquista do título, no sábado, sem incidentes: "Que lição deram centenas de milhares de pessoas. Numa festa linda, foram novamente bicampeões a saber festejar."
Varandas dedicou, igualmente — e apesar dos assobios —, uma palavra ao Benfica, que foi "um digno vencido" e fez "um grande campeonato".
Num discurso em que agradeceu a vários grupos e pessoas, Frederico Varandas não esqueceu os dois antecessores de Rui Borges, Ruben Amorim e João Pereira, nem de Hugo Viana, que deixou o cargo de diretor desportivo a meio da temporada: "Também são campeões, muito obrigado por tudo o que contribuíram para hoje estarmos aqui."
Contudo, preferiu destacar quem continuou no Sporting até ao fim e foi campeão. E, com isso, aproveitou para mandar várias bocas aos críticos.
"Não tínhamos o maior orçamento ou o maior investimento, mas fomos quem fez mais pontos, o melhor ataque, a melhor defesa, a equipa que liderou o campeonato nacional em 30 jornadas, tivemos o melhor marcador e o melhor jogador da liga. Há dúvidas?", atirou.
Varandas salientou que os jogadores do Sporting "são heróis" pelas saídas inesperadas e pela onda de lesões que afetou a equipa. Mas também pela forma como acreditaram sempre que seriam campeões.
"Quando muitos começaram a tremer, este grupo nunca duvidou. nunca tremeu. Agarrámo-nos uns aos outros. Não tínhamos este, jogava aquele. Aquele não podia, jogava este. Este não podia, jogava outro. Em cada jogo, lutámos com tudo o que tínhamos e lutámos até ao fim. Passámos por muito, merecíamos muito. De todos os títulos, este foi o mais saboroso até hoje", declarou, para gáudio dos milhares de adeptos presentes.
O presidente do Sporting fez, ainda, questão de elogiar Rui Borges, pela sua "capacidade de liderança, gestão do grupo e competência", e por ser "licenciado e doutorado em caráter, nobreza e qualidade humanas".
"Pode dar muitas lições e explicações a pessoas que nunca conquistaram nada na vida mas acham-se alguém só por falarem na televisão", atirou.
E aproveitou para uma boca para Ruben Amorim, que teima em não mudar o sistema de três centrais no Manchester United, apesar dos maus resultados, por comparação com a adaptabilidade que Rui Borges demonstrou: "Quantos treinadores não têm capacidade de se adaptar ao que têm? Este não só se adaptou, como venceu. Este treinador foi campeão, foi à Luz, ao Dragão e a Braga, e fez 19 jornadas sem perder."
Varandas quis também dedicar uma palavra de apreço à estrutura que o rodeia, que se tornou "indiscutível e indispensável" ao Sporting.
"Deu suporte a três treinadores, integrou e adaptou duas equipas técnicas, nunca tremeu. Uma estrutura com cultura vencedora, sem lamentações, sem desculpas. É esta a cultura interna que há hoje no Sporting, seja no futebol, seja nas modalidades, seja nos colaboradores, seja nos órgãos sociais. Durante o ano, também fomos lendo e vendo muitos gurus de comunicação. Mas só posso dizer uma coisa: percebem muito pouco de liderança e ainda menos de como tornar um clube vencedor", clamou.
Algo que, para Varandas, "ainda parece mais surreal" considerando que, em 2018, o Sporting não era campeão há 17 anos e "estava só no pior período da sua história", após a saída de Bruno de Carvalho.
O Sporting foi recebido nos Paços do Concelho de Lisboa, pelo presidente da Câmara, Carlos Moedas, em celebração pela conquista do campeonato.