No rescaldo das eleições norte-americanas, o ministro dos Negócios Estrangeiros está convicto que um corte do financiamento de Washington não vai parar as atividades da ONU. Paulo Rangel apresentou, em Nova Iorque, a candidatura de Portugal ao Conselho de Segurança e admite que o organismo possa ter dois países africanos, além de Brasil e Índia, já expressamente apoiados por Portugal.
Num discurso em que recordou a candidatura de Portugal a membro não-permanente do Conselho de Segurança da ONU em 2027 e 2028, o primeiro-ministro falou em "confiança na força da liberdade" e apoiou as pretensões de Brasil e Índia para chegar ao Conselho de Segurança.
O primeiro-ministro apontou que o órgão da ONU "encontra-se frequentemente paralisado" e pediu que seja "ativo nos esforços de contenção que evitem uma escalada de violência" no Líbano.
Há mais de 11 meses que as forças israelitas e o Hezbollah estão envolvidos num intenso fogo cruzado ao longo da fronteira entre o Líbano e Israel, nos piores confrontos desde a guerra de 2006.
Para Paulo Rangel, a necessidade de haver representação de África no Conselho de Segurança "é uma evidência", tendo em conta que "o continente africano terá em breve 42% dos jovens e chegará ao final do século XXI com 40% da população mundial".
Numa altura em que o Conselho de Segurança está em grande parte paralisado, os países africanos, que há muito reclamam dois membros permanentes, querem estar em pé de igualdade com os restantes membros permanentes.
Presidente da República elogiou o país que aprecia as "sardinhas" e o "vinho do porto" e "piscou o olho" a um apoio à candidatura de Portugal ao Conselho de Segurança da ONU.
Os Estados Unidos, que anteriormente se opuseram ao uso da expressão "cessar-fogo", acabaram desta vez por deixar passar a resolução através de uma abstenção.