Conversa de Eleição

Fernando Medina à Renascença: "Moedas mente para fugir do Moedas oportunista de 2021"

08 set, 2025 - 19:37 • Filipa Ribeiro

O antigo autarca da Câmara de Lisboa acusa Carlos Moedas de mentir sobre o caso "Russiagate" e nas afirmações que fez sobre o ministro Jorge Coelho e a tragédia de Entre-os-Rios. Fernando Medina considera que o atual autarca não tem "idoneidade" para ocupar o cargo e que "Carlos Moedas de 2025 já está demitido por Moedas de 2021.

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Fernando Medina: "Moedas mente para fugir do Moedas oportunista de 2021"
Fernando Medina: "Moedas mente para fugir do Moedas oportunista de 2021"

Fernando Medina acusa Carlos Moedas de estar a mentir para "fugir" do que disse em 2021 sobre o caso "Russiagate", quando pediu a demissão do antigo presidente da Câmara Municipal de Lisboa.

No programa Conversa de Eleição, da Renascença, Fernando Medina afirma que lhe causou "repugnância" Carlos Moedas ter afirmado no domingo, numa entrevista na SIC sobre o desastre no Elevador da Glória, que o antigo ministro Jorge Coelho tinha informações sobre a fragilidade da ponte de Entre-os-Rios antes da tragédia.

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O antigo autarca de Lisboa e ministro das Finanças assegura que é mentira o que disse Carlos Moedas. "É completamente falso e profana a memória de Jorge Coelho. Todos os factos provam que o que Moedas diz é mentira. Houve um relatório do Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC) e comissões de inquérito", refere.

O socialista e antigo governante acusa Carlos Moedas de mentir "repetidamente sobre assuntos de grande seriedade para se salvar" e "salvar o Moedas oportunista de 2021".

"Moedas de 2025 já está demitido por Moedas de 2021"

Fernando Medina recorda que o atual presidente da Câmara foi "o mais lesto de todos" a pedir a sua demissão sobre o caso Russiagate, relativo à fuga de dados para a embaixada da Rússia em 2021, quando o socialista era o presidente da autarquia e recorda que nessa época foram convocadas manifestações.

O antigo governante defende-se e diz que Carlos Moedas disse que Fernando Medina tinha "responsabilidade direta" no caso da fuga de dados sabendo que "é mentira" e que Medina "não tinha qualquer conhecimento sobre a situação".

O ex-presidente da Câmara de Lisboa sublinha que, na altura, Moedas "invocou que Medina era cúmplice do regime de Putin" para acabar a estabelecer um patamar de responsabilidade política, dizendo que "um presidente é responsável por todos os erros técnicos que aconteçam". Medina diz que hoje, confrontado com o mesmo patamar, Carlos Moedas "foge e leva para a mentira".

Fernando Medina afirma ter optado por ficar quatro anos em silêncio, mas que não consegue manter o silêncio depois da entrevista do atual presidente da Câmara de Lisboa sobre o descarrilamento no Elevador da Glória, que provocou 16 mortos e 22 feridos. "Carlos Moedas de 2025 já está demitido por Carlos Moedas de 2021", afirma.

No programa da Conversa de Eleição, da Renascença, o socialista vai mais longe e acusa Carlos Moedas de manter um "padrão psicológico em que sempre que vê em dificuldades e em momentos de pressão foge para à frente, mentindo e atirando a culpa para os outros".

Para Fernando Medina, o atual presidente da Câmara Municipal de Lisboa está a demonstrar que "não tem palavra, que não tem idoneidade para o lugar que ocupa" e realça que o que é pedido não é demissão do autarca, mas "a sua coerência".

Reconstituição. O momento em que o Elevador da Glória matou, contado por quem viu
Reconstituição. O momento em que o Elevador da Glória matou, contado por quem viu

No Conversa de Eleição, Miguel Poiares Maduro defende que é necessário aguardar pelas conclusões da investigação em curso sobre o acidente do Elevador da Glória, em Lisboa, e que é necessário a comunicação social apurar agora se é ou não verdade o que disse o presidente da Câmara Municipal de Lisboa.

O social-democrata diz que "custa acreditar" que Carlos Moedas tenha feito afirmações sem ter forma de as demonstrar, contudo defende que a "censura" deverá ser feita pelos eleitores.

Miguel Poiares Maduro considera importante que se apure o porquê de ter falhado o sistema de redundância e ainda o facto de nenhuma entidade nacional fiscalizar a Carris na operação sobre os elevadores.

Elevador descarrilou em 2018 e segurança foi reforçada

Fernando Medina era presidente da Câmara de Lisboa quando o Elevador da Glória descarrilou, em 2018.

À Renascença, indica que nessa época "houve uma antecipação de toda a manutenção das estruturas do elevador", respondendo de forma afirmativa à questão sobre se houve ou não um reforço da segurança.

O antigo autarca refere, por outro lado, desconhecer o porquê de nenhuma outra entidade ou órgão nacional fiscalizar a operação da Carris nos elevadores, mas recorda que a empresa tem mais de uma centena de anos e que este é o acidente mais grave na sua história.

Fernando Medina realça que a empresa leva "muito a sério" o tema da segurança e que pode testemunhar isso nos quatro anos em que tutelou a empresa na Câmara Municipal de Lisboa.

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