24 abr, 2025 - 20:15 • Fátima Casanova , Ricardo Vieira , Salomé Esteves
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O funeral do Papa Francisco realiza-se no sábado de manhã e já são conhecidos os pormenores das cerimónias, numa altura em que milhares de pessoas estão a caminho de Roma para uma última despedida a Jorge Mario Bergoglio, o Papa argentino que esteve duas vezes em Portugal e marcou a história da Igreja Católica.
Aos poucos, a sala de imprensa da Santa Sé foi libertando informação e há um momento de grande simbolismo, que está a ser preparado. Vai decorrer na Basílica de Santa Maria Maior, onde o Papa vai ser sepultado.
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Papa Francisco (1936-2025)
O Papa Francisco quebrou a tradição ao querer ser (...)
Segundo revelou a Santa Sé, o corpo do Papa vai ser acolhido por um grupo de pobres, um momento simbólico, tendo em conta a ligação de Francisco aos mais necessitados.
Estas pessoas vão estar na escadaria que conduz à Basílica de Santa Maria Maior, segundo as informações divulgadas pelo Vaticano.
Também já são conhecidos mais pormenores sobre o túmulo do Papa Francisco.
Sabe-se que é feito de mármore da Ligúria e, tal como o Papa pediu, tem apenas uma inscrição “Franciscus”.
O mármore da Ligúria é uma homenagem aos avós de Francisco, que eram naturais daquela região do noroeste de Itália.
O túmulo fica localizado perto do Altar de São Francisco e o ato de sepultura, no sábado, vai ser privado.
Uma reprodução da cruz que o Santo Padre usava ficará na parede, por cima da sepultura térrea.
A sepultura poderá ser visitada logo a partir da manhã de domingo, um dia depois da realização do funeral.
No seu testamento divulgado após a morte, Francisco afirma que sempre confiou a sua vida e ministério à Virgem Maria, razão pela qual deseja que o seu “último percurso terreno” termine neste “antiquíssimo santuário mariano”.
“Peço que os meus restos mortais repousem na Basílica Papal de Santa Maria Maior, aguardando o dia da ressurreição”, escreveu.
Francisco pediu também que o túmulo não tenha qualquer adorno especial, e que as despesas associadas à sua preparação sejam pagas com um donativo previamente destinado para esse fim.
O caixão do Papa Francisco foi encerrado esta sexta-feira e obedeceu a um rito muito próprio. Realizado à porta fechada, dentro da Basílica de São Pedro, depois de uma breve oração, foi lido um documento público, um escritura notarial ou "rogito", que recorda a vida de Francisco e as suas obras mais importantes. Este documento é assinado por alguns presentes nesta cerimónia, cujo nome não foi revelado.
Em seguida, e sempre em clima de oração, o mestre das celebrações pontifícias colocou um véu de seda branca sobre o rosto do Santo Padre. O corpo foi depois aspergido com água benta e foram colocados dentro do caixão alguns objetos: uma bolsa com moedas e medalhas do pontificado e também um pequeno tubo com a escritura anteriormente assinada e selada.
Por fim, foi colocada a tampa sobre o caixão de zinco, em cima do qual estão a cruz, o brasão do Papa defunto, uma placa com o seu nome, a duração da sua vida e do seu Ministério petrino. O último passo é fechar o caixão de madeira E, em cima da tampa do caixão, fica apenas uma cruz e o brasão do Papa defunto.
Além de muitos milhares de fiéis anónimos, para o funeral de Jorge Mario Bergoglio está confirmada, até agora, a presença de 130 delegações.
Entre elas contam-se cerca de meia centena de chefes de Estado e 10 monarcas, que vão estar no funeral. Estão confirmados os presidentes norte-americano Donald Trump, o francês Emmanuel Macron, o ucraniano Volodymyr Zelensky, o Rei Felipe de Espanha, o secretário-geral da ONU, António Guterres, e representantes da União Europeia, entre outros.
Portugal vai estar representado pelas três mais altas figuras do Estado: o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa; o presidente da Assembleia da República, José Pedro Aguiar-Branco; e o primeiro-ministro, Luís Montenegro. A delegação portuguesa vai contar, também, com o ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel.
O Presidente da República decretou três dias de luto nacional, nos dias 24, 25 e 26 de abril, na sequência de uma proposta do Governo.
As Forças Armadas italianas vão reforçar a segurança com um sistema anti-drone, caças e um contratorpedeiro na costa de Fiumicino, perto do principal aeroporto de Roma.
Vão ser destacados cerca de 4.000 polícias, bem como atiradores e especialistas em deteção de explosivos.
As autoridades italianas vão criar uma zona de exclusão aérea e realizar controlos exaustivos nos aeroportos e estações, numa operação de segurança sem precedentes motivada pela presença de dezenas de líderes mundiais que chegarão a Roma para assistir à cerimónia.
O acesso à Praça de São Pedro encerra esta sexta-feira, pelas 17h00, para os preparativos finais.
A cerimónia realiza-se no sábado de manhã. Inicia-se às 9h00 (hora de Lisboa), na Praça de S. Pedro, no exterior da Basílica com o mesmo nome, onde estará depositado o caixão de Francisco.
Esta parte das exéquias será aberta ao público em geral, onde são esperadas milhares de pessoas vindas de todo o mundo.
No final da celebração eucarística ocorrerão os ritos da Última Commendatio e da Valedictio, despedidas solenes que marcam o encerramento das exéquias.
Depois, o caixão do Papa vai ser transportado para o interior da Basílica de S. Pedro, onde decorre o resto da cerimónia.
A liturgia fúnebre vai ser presidida pelo cardeal italiano Giovanni Battista Re.
Depois de concluída a cerimónia na Basílica de S. Pedro, o corpo do Papa segue logo para a Basílica de Santa Maria Maior.
Francisco quis ser sepultado fora do Vaticano, mas não longe. A Basílica de Santa Maria Maior, onde rezava frequentemente e que visitou no dia seguinte à sua eleição como Papa, em 2012, fica a pouco mais de quatro quilómetros da Basílica de São Pedro.
Mas a distância simbólica é maior que os quatro mil metros que separam os dois edifícios. Apesar de ter sido prática comum num passado distante que um Papa decidisse ser sepultado fora do Vaticano, e até mesmo em França, desde a morte do Papa Leão VXIII, que foi sepultado na Basílica de São Pedro em 1903, mas cujo corpo foi transladado para a Basílica de São Latrão, em Roma, todos os Papas foram escolheram manter-se no mesmo local.
Francisco será o primeiro Papa em mais de um século sepultado além dos muros do Vaticano.
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Todos estes momentos, a celebração das exéquias e o percurso do cortejo para a Basílica de Santa Maria Maior vão ser transmitidos em direto na Renascença.
A emissão especial a partir das 8h00 da manhã de sábado, na rádio, no site, no YouTube e nas redes sociais.
O Papa morreu esta segunda-feira, 21 de abril, às 07h35, na Casa de Santa Marta, no Vaticano.
Francisco tinha 88 anos e faleceu na sequência de um acidente vascular cerebral (AVC) e de uma paragem cardiorrespiratória que não foi possível reverter.