25 fev, 2022 - 20:00 • João Malheiro
O segundo dia da invasão da Rússia à Ucrânia foi, de certa forma, uma repetição agravada dos eventos das 24 horas anteriores. Mais ataques russos, desta vez com um foco particular na capital de Kiev, e anúncios sucessivos de sanções por parte do Ocidente.
Mais de 100 mil pessoas fugiram da Ucrânia desde quinta-feira e, em Kiev, cerca de 18 mil armas foram entregues aos cidadãos que por lá ficaram, num momento em que é expectável que as forças russas entrem na capital, a qualquer momento.
A Renascença resume os principais acontecimentos do segundo dia da guerra entre Rússia e Ucrânia.
Na madrugada desta sexta-feira, a um par de horas de completar um dia pleno desde o início da invasão russa,o Conselho Europeu aprovou um reforço das sanções contra o Kremlin.
O orgão europeu endureceu o pacote de medidas em cinco áreas. No plano financeiro, visando 70% do mercado bancário russo e as principais empresas estatais, incluindo no setor defesa.
No sector energético, uma área económica chave que beneficia especialmente o Estado russo. “A nossa proibição de exportação atingirá o sector petrolífero, impossibilitando a Rússia de modernizar as suas refinarias”, referiu a presidente da Comissão Europeia.
Foi decretada a proibição da venda de aeronaves e equipamento às companhias aéreas russas e limitou-se o acesso da Rússia a tecnologia crucial, tal como semicondutores ou software de ponta.
Diplomatas russos e grupos e empresários relacionados deixarão de ter acesso privilegiado à União Europeia.
Pouco depois do anúncio de novas sanções e com uma hora de atraso relativamente às previsões das forças ucranianas, Kiev começou a ser bombardeada, por volta das 02h00 de Portugal continental.
O ministro do Negócios Estrangeiros da Ucrânia, Dmytro Kuleba, descreveu o ataque a Kiev esta madrugada como “horrível”, comparando-o a um ataque da Alemanha nazi.
"A última vez que a nossa capital experiência algo assim foi em 1941, quando foi atacada pela Alemanha nazi. A Ucrânia derrotou esse mal e derrotará este. Pare, Putin. Isolar a Rússia. Cortar todos os laços. Expulsar a Rússia de todos os lugares”.
Ao longo desta sexta-feira, a Rússia começou a sofrer medidas de isolamento por parte de organizadores de eventos desportivos e culturais.
A primeira confirmação foi a mais expectável: A UEFA anunciou que a final da Liga dos Campeões já não se ia realizar em São Petersburgo e ia passar para Paris, em França.
Pouco depois, a FIA removeu o Grande Prémio da Rússia do Mundial de Fórmula 1 deste ano.
Já mais ao final do dia, a EBU - União Europeia da Radiovisão, que integra a RTP - afirmou que não ia receber um representante russo na Eurovisão deste ano, em Itália.
O ministro dos Negócios Estrangeiros ucraniano, Dmytro Kuleba, confirmou, através do Twitter, relatos de ataques e bombardeamentos a creches e orfanatos por parte de forças russas.
Pode haver vítimas, ainda por confirmar, que usaram os edifícios como abrigo.
O Governo ucraniano vai reunir provas e enviá-las para o Tribunal Internacional de Justiça, em Haia, e acusar a Rússia de crimes de guerra.
A meio da tarde, Vladimir Putin apelou aos militares ucranianos que derrubem o Governo de Kiev e tomem o poder.
"Tomem o poder nas vossas próprias mãos. Parece que vocês e nós vamos conseguir mais facilmente chegar a um acordo do que com aquele gangue de toxicodependentes e neonazis em Kiev", atirou Vladimir Putin.
Antes deste apelo ao Exército ucraniano, um porta-voz do Kremlin disse que o Presidente russo está disponível para enviar uma delegação a Minsk, capital da Bielorrússia, para conversações com representantes da Ucrânia.
Pouco depois, o governo russo delcarou que haverá uma "restrição parcial" do acesso do país ao Facebook.
A medida é uma reação à rede social ter banido orgãos de comunicação sociais apoiados pelo Kremlin.
Ainda não se sabe a extensão e as condições destas restrições para os utilizadores russos.
Os ministros dos Negócios Estrangeiros dos 27 Estados membros da União Europeia aprovaram sanções contra Vladimir Putin e Serguei Lavrov, ministro dos Negócios Estrangeiros russo.
A confirmação foi feita no Twitter pelo ministro dos Negócios Estrangeiros da Letónia.
Ambos os governantes russos vão integrar uma lista de indivíduos com os seus bens na UE congelados.
O primeiro-ministro, António Costa, anunciou que Portugal vai antecipar o envio uma companhia de Infantaria de 174 soldados portugueses para a Roménia, depois de uma reunião entre todos os Estados-membros da NATO e ainda a Suécia e a Finlândia.
O chefe do Executivo português explica que a medida é enquadrada numa ação conjunta da NATO para dar uma mensagem de unidade e dissuasão perante a invasão russa à Ucrânia.
António Costa expressou ainda "solidariedade com o povo ucraniano, a principal vítima desta invasão".
Segundo autoridades ucranianas, registaram-se 57 m(...)