29 jun, 2023 - 17:03 • Diogo Camilo
A "marcha branca", em Nanterre, nos arredores de Paris, de homenagem a Nahel, um jovem morto a tiro pela polícia, acabou esta quinta-feira em confrontos e vandalismo.
A manifestação desta tarde, que juntou mais de seis mil pessoas, abria com uma tarja com a frase “Justiça pelo Nahel”, com a mãe do jovem na frente dos protestos.
A marcha ficou marcada por distúrbios e estragos: carros destruídos, carruagens do metro incendiadas e lojas e prédios vandalizados obrigaram a polícia a usar gás lacrimogêneo contra grupos de manifestantes. Segundo a Reuters, um banco foi saqueado.
Pelo terceiro dia consecutivo, a morte de um jovem de 17 anos por um polícia durante uma operação Stop levou milhares às ruas de Nanterre, nos arredores de Paris.
Cerca de 180 pessoas já foram detidas esta quinta-feira, além de 170 polícias feridos durante as manifestações.
O jovem Nahel, com mãe argelina e pai marroquino, morreu de um tiro entre o braço esquerdo e o peito.
O polícia responsável está a ser investigado por homicídio involuntário, anunciou o Ministério Público de Nanterre, que pediu a sua detenção preventiva por considerar que o uso da arma de fogo não terá justificação legal.
O polícia em causa justificou o uso da arma com o risco de fuga do jovem, que já tinha antecedentes.
O polícia em causa justificou o uso da arma com o risco de fuga do jovem, que já tinha antecedentes.
Esta quinta-feira, o Presidente francês, Emmanuel Macron, reuniu-se de emergência com ministros, mas a primeira-ministra Elisabeth Borne já descartou a possibilidade de declarar estado de emergência em França.
Paris já anunciou que, antevendo uma noite de violência na capital, todos os autocarros no distrito deixem de funcionar a partir das 21h00 e até às 6h00 de sexta-feira.