"É uma vergonha". Embaixador de Israel em Portugal reage a palavras de Guterres

24 out, 2023 - 20:59 • Pedro Mesquita

Em entrevista à Renascença, Dor Shapira diz que as palavras do secretário-geral das Nações Unidas deixam "em má posição" a ONU.

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"É uma vergonha". Embaixador de Israel em Portugal reage a palavras de Guterres
Dor Shapira, embaixador de Israel em Lisboa. Foto: Maria Costa Lopes/RR

O embaixador de Israel em Portugal considera que as palavras do secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, deixam "em má posição" a ONU, descrevendo como "uma vergonha" que este não condene as ações do Hamas em Israel desde o ataque de 7 de outubro.

Em entrevista à Renascença, Dor Shapira reafirma que todas as autoridades portuguesas "apoiam o direito de Israel de se defender a 100%" e que a questão "não tem nada a ver com o conflito israelo-palestino".

Como interpreta as declarações do secretário-geral da ONU, António Guterres, sobre o conflito entre Israel e Hamas esta terça-feira?

Acho que é uma vergonha. Acredito que, se o secretário-geral da ONU não pode condenar o que o Hamas fez sem qualquer justificação, isso é uma vergonha para as Nações Unidas. É inaceitável.

Concorda, então, com o Embaixador de Israel na ONU, que pediu a renúncia do Secretário-Geral, depois das declarações que proferiu?

Eu não lido com as Nações Unidas. Não é competência minha pedir a sua renúncia, mas acho que se essa é a opinião do Secretário-Geral da ONU, isso deixa-o numa posição muito má e coloca as Nações Unidas numa situação muito má. E isso preocupa-me muito porque quando há um ataque terrorista como o que tivemos em 7 de outubro, por uma organização terrorista, algo que também é reconhecido por todo o mundo ocidental, todo o mundo livre, até mesmo por Portugal.

Vocês também consideram o Hamas uma organização terrorista, e também condenaram o ataque terrorista do Hamas. Se concorda que se trata de uma organização terrorista, e verifica que os seus atos são de terror bárbaro, puro terrorismo, como é que pode arranjar algum tipo de justificação, dizendo-me: "Sim, mas você sabe, o conflito israelo-palestino..."

Isto não tem nada a ver com o conflito israelo-palestino. É uma organização terrorista que comete atos de terror contra o Estado judeu e contra os israelitas.

Mas o Senhor acha que António Guterres tem condições de continuar a ser Secretário Geral da ONU, depois do que disse?

Temos um grande embaixador nas Nações Unidas e é ele que está a tratar do assunto. O que sei é que é inaceitável que o Secretário-Geral da ONU dê algum tipo de justificação para atos de terrorismo. Setenta e oito anos depois, algo muito semelhante ao Holocausto aconteceu quando milhares de terroristas bárbaros invadiram as fronteiras de Israel e começaram a matar mulheres e crianças, bebês, homens e idosos. E o Secretário-Geral da ONU não pode condenar isso sem condições? É uma vergonha.

Acha que a posição de Guterres, que é português, é realmente diferente da posição assumida pelas autoridades portuguesas?

Todas as autoridades portuguesas. O presidente, o primeiro-ministro, o ministro dos Negócios Estrangeiros e também o Parlamento português condenam o Hamas a 100%. Apoiam o direito de Israel de se defender a 100% e estão a exigir a libertação dos reféns. Isso deveria estar alinhado entre todos os que apoiam o mundo livre e entendem que Israel está a lutar contra uma organização terrorista que tem uma ideologia. Isto não tem nada a ver com o conflito.

O que me está a dizer é que as autoridades portuguesas têm a posição correta, mas não o secretário-geral da ONU.

Estou a dizer que quem apoia o direito de Israel a defender-se e condena o Hamas sem condições, tem a única posição moral que o mundo livre deve ter neste momento.

Deixe-me fazer uma pergunta sobre outro assunto. Já foi informado de que Portugal concedeu nacionalidade portuguesa a Ofer Calderon, um dos reféns do Hamas?

Não estou em posição de responder a esse tipo de perguntas. Terá que perguntar ao Ministério dos Negócios Estrangeiros.

Mas credita que uma dupla nacionalidade poderá ajudar a garantir a libertação deste refém, ou de outros, por parte do Hamas?

O Hamas sequestrou 222 pessoas: homens, mulheres, bebês, crianças, idosos, sobreviventes do Holocausto. Não me importa qual é a nacionalidade deles. Acho que devemos apelar e fazer o que pudermos, incluindo a comunidade internacional, para garantir que todas as pessoas que estão sequestradas pelo Hamas sejam libertadas.

Última pergunta, há negociações em andamento para a libertação dos reféns pelo Hamas?

Israel não negoceia com o Hamas.

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  • vendido
    25 out, 2023 tristeza 17:30
    Desde o tratado de lisboa sem referendum que durao barroso e este guterres sao uns vendidos ao dinheiro arabe. apoiar emigracao em massa dep[ois de seculos de guerras por nao aceitar a forma deles viverem europa evoliu, o incesto continuo e obesessao religiosa faz com que precisam de mais tempo para aceitar que todos somos diferentes e todos devem ser respeitados.e este direto de emigracao em massa so serve mesmo para haver muitos a trabalhar por valores miseraveis e inseguranca , algo, que devia ser intocavel, estao a tratar os europeus como lixo, espero que o ser humano consiga criar ferramentas de gerencia e nao dar tanto valor a politicos corruptos. Atacar qualquer soberania deve ser tratado como exterminio para nunca mais aconteecer destroi qualquer cultura, o que se ve em UK e notorio. fazer o mesmo em portugal e genocidio. Ignorantes, vendidos

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