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Diplomacia

Apoio a Zelensky, aproximação aos EUA, ameaças a Putin. O que Starmer quis dizer com as suas 7 frases?

15 mar, 2025 - 15:30 • Ana Kotowicz

O encontro deste sábado, que durou pouco mais de duas horas, reuniu por videoconferência líderes europeus, o secretário-geral da NATO, os líderes da Comissão Europeia e do Conselho Europeu, do Canadá, da Austrália e da Nova Zelândia. O único ponto da agenda foi o apoio à Ucrânia.

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Os aliados — ou a coligação da boa vontade, como Keir Starmer gosta de lhe chamar — estão com a Ucrânia. Já a Rússia não tem estado no seu melhor no que diz respeito a discutir a paz. Depois de uma reunião de pouco mais de 2 horas, onde estiveram responsáveis da NATO, da União Europeia, e líderes da Europa, do Canadá, da Austrália e da Nova Zelândia, o primeiro-ministro do Reino Unido falou aos jornalistas.

Na conferência de imprensa, em sete frases, deixou claro para que lado pendem os aliados de Kiev: para fortalecerem as Forças Armadas da Ucrânia, para se rearmarem, e para insistirem nas sanções à Rússia, caso Vladimir Putin continue a hesitar num cessar-fogo. Para Donald Trump, ausente da reunião, também houve afagos ao ego, com Starmer a elogiar todos os esforços que o Presidente dos Estados Unidos tem feito em prol da paz.

No final das sete frases, apenas um aviso: os aliados não vão desistir e vão "continuar essas discussões como um grupo nos próximos dias para garantir uma paz justa e duradoura na Ucrânia.”


1. Apoio a Zelensky é para manter (para que ele saiba que não está sozinho)

“Reafirmamos o nosso compromisso inabalável de permanecer ao lado da Ucrânia, agora e no futuro.”


2. Piscadela de olho a Trump (que não foi convidado)

“Acolhemos com satisfação os esforços do presidente Trump, do presidente Zelensky e das suas equipas de negociação para garantir o notável avanço no acordo de paz em Jeddah esta semana, e o compromisso do presidente Zelensky com a proposta dos EUA de um cessar-fogo imediato e incondicional de 30 dias, sujeito ao acordo da Rússia.”



3. Raspanete a Putin (que expressou reservas sobre o cessar-fogo)

“Concordámos que agora a bola está do lado da Rússia e o presidente Putin deve provar que leva a sério a paz e assinar um cessar-fogo.

A hesitação e o atraso do Kremlin sobre a proposta de cessar-fogo do presidente Trump e os ataques bárbaros contínuos da Rússia à Ucrânia vão totalmente contra o desejo declarado do presidente Putin pela paz."


4. Promessas sobre a segurança da Ucrânia (sem falar na adesão à NATO)

“Reafirmamos o nosso compromisso com a segurança de longo prazo da Ucrânia e concordamos que a Ucrânia deve ser capaz de se defender e impedir futuras agressões russas.

Arranjos de segurança robustos e confiáveis são a melhor maneira de garantir que qualquer acordo termine em uma paz duradoura.”



5. Encontro a nível militar para a semana (porque enviar tropas europeias para Kiev está em cima da mesa)

“Concordámos que responsáveis pelo planeamento militar voltarão a reunir-se novamente no Reino Unido na próxima semana para progredir nos planos práticos sobre como podem os nossos militares apoiar a segurança futura da Ucrânia."


6. Europa vai fortalecer as suas defesas (porque o rearmamento é a palavra de ordem)

“Iremos fortalecer as nossas próprias defesas e as Forças Armadas da Ucrânia e estaremos prontos para atuar como uma "coligação da boa vontade" [coalition of the willing] no caso de um acordo de paz, para ajudar a proteger a Ucrânia em terra, no mar e no céu.

No caso de um cessar-fogo, enfatizamos a necessidade de fortes acordos de monitorização para garantir que quaisquer violações de um acordo sejam identificadas e denunciadas.”



7. Ameaça direta a Putin (para o caso de o raspanete não ter sido percebido)

“Concordámos que, caso o presidente Putin se recusasse a concordar com um cessar-fogo imediato e incondicional, precisaríamos aumentar os nossos esforços para fortalecer a Ucrânia, enfraquecer a máquina de guerra da Rússia e aumentar a pressão sobre o presidente Putin para convencê-lo a sentar-se à mesa de negociações.

Para concretizar isso, iremos acelerar o nosso apoio militar, reforçar as nossas sanções às receitas da Rússia e continuaremos a explorar todas as rotas legais para garantir que a Rússia pague pelos danos que causou à Ucrânia.”



Comentários
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  • Joaquim
    15 mar, 2025 Paços 16:25
    Este Starmer está a tentar a arrastar a UE para uma crise profunda! E os lideres europeus ingenuamente todos contentes!

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