22 jun, 2025 - 01:01 • Ricardo Vieira
Os EUA atacaram este domingo instalações nucleares no Irão, anunciou o Presidente norte-americano, Donald Trump.
"Concluímos o nosso ataque bem-sucedido às três instalações nucleares no Irão, incluindo Fordo, Natanz e Esfahan", escreveu Trump, numa mensagem publicada nas redes sociais.
Trump garante que a central nuclear de Fordo, considerada o coração do programa nuclear do Irão, foi destruída. "Is gone", foi a expressão utilizada.
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O líder dos Estados Unidos indica que "uma carga completa de BOMBAS foi lançada na instalação principal, Fordo".
Donald Trump refere que, "agora, é a hora da paz" e que os aviões norte-americanos já estão em segurança fora do espaço aéreo do Irão.
"Parabéns aos nossos grandes guerreiros americanos. Não há outro exército no mundo que pudesse ter feito isso", sublinha o Presidente dos Estados Unidos.
"Este é um momento histórico para os Estados Unidos da América, Israel e o Mundo. O Irão deve agora concordar em acabar com esta guerra", escreveu o líder norte-americano.
Em declarações à agência Reuters, Trump avisa que "o Irão deve fazer a paz imediatamente".
"Devem parar imediatamente ou vão ser atacados outra vez", ameaça.
Numa declaração ao país e ao mundo, a partir da Casa Branca, Donald Trump avisou que o Irão deve fazer a paz ou pode voltar a ser atacado pelos Estados Unidos.
“Isto não pode continuar. "Haverá paz ou haverá tragédia para o Irão", afirma o líder norte-americano.
De acordo com a televisão estatal iraniana, as três instalações nucleares já tinham sido evacuadas antes dos bombardeamentos norte-americanos e os materiais radioativos tinham sido retirados.
O ataque dos Estados Unidos foi realizado em "total coordenação" com Israel, avança a estação pública israelita citada pela agência Reuters.
A Administração norte-americana terá contactado o Governo do Irão antes dos bombardeamentos contra instalações nucleares, avança a estação CBS News.
Trump falou com o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, depois do ataque desta noite, adianta a Casa Branca.
Como medida de prevenção para uma eventual resposta do Irão, as escolas e empresas vão encerrar em Israel e só os serviços essenciais vão funcionar, indicam as forças armadas citadas pela Reuters.
O ataque cirúrgico dos Estados Unidos contra instalações nucleares do Irão aconteceu nove dias depois de Israel ter lançado, a 13 de junho, uma operação de bombardeamentos contra alvos e destacadas figuras do regime de Teerão.
Nos últimos dias surgiram vários sinais de que os EUA estavam a preparar uma operação militar contra o Irão.
Pelo menos, 12 aviões de reabastecimento aterraram na base das Lajes, nos Açores, e nas últimas horas bombardeiros B-2 foram enviados para o Médio Oriente.
Pelo menos seis bombardeiros B-2 terão sido usados no ataque ao Irão, segundo fontes militares.
Guerra no Médio Oriente
A única maneira de destruir a central nuclear de F(...)
Israel tinha pedido ajuda aos Estados Unidos para atacar o programa nuclear do Irão, nomeadamente as instalações subterrâneas de Fordo, localizadas a dezenas de metros de profundidade.
A central nuclear de Fordo, localizada a cerca de 100 quilómetros de Teerão, perto da cidade de Qom, é considerado o coração do programa nuclear do Irão.
Fica escondida nas montanhas e muitos metros abaixo da terra e suspeita-se que esconda túneis que abriguem uma rede de túneis subterrâneos usados para o enriquecimento de urânio.
Para atingir os túneis subterrâneos de Fordo, terá sido utilizada uma bomba que só os Estados Unidos produzem e têm no seu arsenal: a GBU-57 tem um peso superior a 13 toneladas - 13.600 quilos - e é capaz de ultrapassar 18 metros de betão ou 61 metros de terra até explodir, de acordo com testes realizados.
O Irão vai retaliar ou negociar? Essa é a pergunta que está agora em cima da mesa, após os ataques dos Estados Unidos contra as centrais nucleares iranianas.
Na sexta-feira, o ministro iraniano dos Negócios Estrangeiros disse que só quando os bombardeamentos cessassem haveria espaço para a diplomacia, nomeadamente para negociar a questão do programa nuclear de Teerão.
Desde que Israel lançou uma campanha de bombardeamentos contra o Irão, a 13 de junho, já foram registadas centenas de vítimas.
Pelo menos 430 pessoas foram mortas e 3.500 ficaram feridas no Irão desde que Israel iniciou os ataques, informou a agência estatal iraniana Nour News, citando o Ministério da Saúde.
Em Israel, 24 civis foram mortos por mísseis iranianos, segundo autoridades locais, no pior conflito entre os dois inimigos regionais.
Mais de 450 mísseis iranianos foram disparados contra Israel, de acordo com o gabinete do primeiro-ministro israelita.
Autoridades de Israel disseram que 1.272 pessoas ficaram feridas desde o início das hostilidades, 14 em estado grave.