18 fev, 2025 - 00:56 • José Pedro Frazão , Marta Pedreira Mixão (vídeo)
A ministra do Ambiente e Energia garante que todas as explorações de materiais como lítio ou cobre vão ser feitas a partir de agora com o envolvimento das populações. Em entrevista à Renascença, Maria da Graça Carvalho lembra que nos últimos nem sempre quem vive nos locais de prospeção de lítio foi ouvido no processo.
"Quando os projetos começam assim, é difícil decorrer de uma forma suave e tranquila", reconhece a ministra, concluindo que as populações não sentem que as explorações tragam benefícios.
" É impensável, nos dias de hoje, qualquer projeto - de mineração, de energias renováveis, um projeto industrial ou mesmo uma construção - não envolva a população", afirma de forma taxativa na Renascença, acrescentando que dá "indicação política" para envolver sempre a população e os autarcas. "Temos que fazer sempre o mínimo possível de impacto na natureza e na qualidade de vida, nos menores impactos ambientais possíveis", promete a governante.
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" É impensável, nos dias de hoje, qualquer projeto - de mineração, de energias renováveis, um projeto industrial ou mesmo uma construção - que não envolva a população"
Maria da Graça Carvalho revela que em 2025 vão apenas acontecer ações de mapeamento das riquezas existentes, sobretudo com recurso a meios aéreos.
" O que está lançado, é pura e simplesmente para fazer um mapeamento daquilo que existe. O que está pensado é pura e simplesmente o mapear dos recursos naturais em Portugal. Precisamos de saber o que temos, se temos concentrações que justifiquem avanços de projetos. É uma prospeção que pode ser feita por meios aéreos, como um projeto de investigação que faça o mapeamento de Portugal em termos de minérios", afirma a ministra do Ambiente e Energia.
A Ministra do Ambiente garante também que o governo não vai desistir de construir a barragem do Pisão, travada por uma decisão judicial, que impede a sua inclusão na programação dos fundos do Plano de Recuperação e Resiliência.
No início do mês, o Conselho de Ministros aprovou (...)
Nem tudo é mau, diz Maria da Graça Carvalho. "Não havia dinheiro a fundo perdido, era um empréstimo. Agora o Pisão vai, em grande parte, ser financiado pelo Programa Operacional Sustentável, pelo fundo de coesão. Pode ir até aos 85%, agora vamos começar com 45%, e o resto continua a ser empréstimo. Se o Pisão absorver bem o financiamento, pode ter o financiamento até 85%", defende a Ministra que sustenta que o projeto "não terá de ser reformulado grandemente".
Para Maria da Graça Carvalho, o Pisão é um projeto "importantíssimo para aquela região", Em muito menor escala, é como o Alqueva, que também teve os mesmos problemas. "E o que seria do Alentejo, e mesmo toda aquela região do Algarve, se não tivesse o Alqueva?"