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Há duas realidades na linha de Leixões. A partir do Hospital de São João "não há muita gente no comboio"

26 mar, 2025 - 06:30 • Jaime Dantas

A fraca adesão pode estar ligada à "falta de condições" de algumas estações, dizem os utentes. Em Leça do Balio e São Mamede Infesta, não há abrigos ou um local onde os passageiros se possam sentar.

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Há duas realidades na linha de Leixões. A partir do Hospital de São João "não há muita gente no comboio"
No apeadeiro da Arroteia, apenas duas pessoas seguiam no comboio. Foto: Jaime Dantas/RR

Reaberta há quase dois meses, apenas no troço Porto-Campanha e Leça do Balio, a Linha de Leixões já transportou 50 mil passageiros, segundo a Comboios de Portugal (CP). A Renascença contestou, contudo, que este número representa a realidade de apenas uma parte da linha.

Se no caso do troço entre a estação de Porto-Campanhã e o apeadeiro do Hospital de São João não faltam passageiros, o mesmo não acontece até à estação terminal, em Leça do Balio. Chegam a ser transportados, por vezes, menos de uma dezena de passageiros, muito abaixo dos 250 que a locomotiva utilizada é capaz de transportar.

Luís Ribeiro, que era uma das quatro pessoas que esperavam pelo comboio na estação de São Mamede Infesta, confirma que, a partir da zona do Hospital, os comboios "trazem bem menos gente".

"Só começa a encher a partir daqui. Para ser rentável, o comboio tinha que vir de Leixões", considera.

No início de março, a Câmara Municipal de Matosinhos criou uma nova linha da Rede Unir para ligar a estação ferroviária em Leça do Balio à Câmara Municipal, passando pelo polo empresarial "Lionesa", mas o utente diz que "não é a mesma coisa" uma vez que é um meio de transporte "mais incerto".

O casal Manuel e Margarida Bento foram experiementar a nova carreira, que consideram ser útil. O mesmo dizem acerca da linha ferroviária, que admitem encher apenas "a partir do Hospital de São João".

"Já fomos daqui a Ovar e ele chegou lá bem cheio", conta Margarida Bento.

O casal queixa-se ainda da falta de condições de algumas das estações. Antes da reabertura a passageiros, a linha sofreu obras de modernização na estação de São Gemil, na Maia, e a construção de dois novos apeadeiros: Hospital de São João e Arroteia.

Não foram, no entanto, feitas intervenções significativas nas paragens Leça do Balio e São Mamede Infesta, que continuam sem abrigos ou um assentos para os passageiros.

Era por esse motivo que a Inês Castro esperava pelo comboio "sentada no chão" da plataforma da estação São Mamede Infesta.

"É difícil esperar pelo comboio à chuva. Eu só quero algum sítio onde me possa sentar", pede a jovem.

A estudante lamenta ainda que o edifício original da estação, que está alugado ao Motoclube da zona, não esteja a ser utilizado.

"Aquilo é a verdadeira estação", diz.

A Infraestruturas de Portugal já prometeu, ainda este ano, melhorar estações de Leça do Balio e São Mamede de Infesta na Linha de Leixões com a colocação de sinalética, abrigos e máquinas de venda de bilhetes.

Edifício da estação de São Mamede Infesta está alugado ao Moto Clube da zona. Foto: Jaime Dantas/RR
Edifício da estação de São Mamede Infesta está alugado ao Moto Clube da zona. Foto: Jaime Dantas/RR
Estação de São Mamede Infesta não tem abrigos ou assentos para os passageiros. Foto: Jaime Dantas/RR
Estação de São Mamede Infesta não tem abrigos ou assentos para os passageiros. Foto: Jaime Dantas/RR
Edifício da estação de São Mamede Infesta está alugado ao Moto Clube da zona. Foto: Jaime Dantas/RR
Edifício da estação de São Mamede Infesta está alugado ao Moto Clube da zona. Foto: Jaime Dantas/RR

A Renascença tentou saber, junto da CP, o número de passageiros que viajam entre o Hospital de São João e Leça do Balio, mas não obteve resposta em tempo útil.

Comentários
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  • Leopoldina correia
    29 mar, 2025 Rua da estação s Mamede infesta 21:26
    Na verdade antes de abri a linha para o comboio de passageiros deveriam pensar nos acessos o passeio não está rebaixado para a mobilidade o único rebaixamento do passeio tem uma árvore que ocupa o passeio todo mais abaixo os contentores do lixo um deficiente não tem a onde se abrigar da chuva o edifício que está alugado fãs muita falta Não chega ter dentro do comboio às rampas a fazer feito convido alguém destes serviço se quer um dia dar um passeio com um cadeirante Se pusivel gostava de uma resposta Obrigado
  • Paulo Alexandre
    28 mar, 2025 S Mamede infesta 18:01
    Não temos acesso à cadeira de rodas o passeio tem muita altura a uma grande descriminação nem todos podem utilizar o comboio se chover não tem cobertura por favor revejam a situação todos diferentes mas tudo iguais
  • Sara Ribeiro
    28 mar, 2025 Vila Nova de Gaia 14:05
    O problema aqui é que muitos nem sabem da paragem do Hospital, está escondida, não foi avisado adequadamente, não tem sinalização e não aparece no Google Maps, por exemplo.
  • Maria
    28 mar, 2025 Santegãos 01:53
    Fiquei muito contente quando soube que finalmente esta linha ia abrir aos passageiros. Toda a vida vi passar comboios de mercadorias, pois está fica perto de casa dos meus pais, mas fiquei muito desiludida por não ver nenhuma paragem entre S. Gemil e Contumil. Santegãos é uma zona com poucos transportes públicos e por isso, esta linha vinha ajudar muito, a população desta zona.
  • Delfim Silvestre
    27 mar, 2025 Maia 21:06
    Na minha opinião, já que reiniciaram este transporte, deveria ser como anteriormente, desde Leixões, Matosinhos. Porém no presente sou do parecer que deveria ser prolongada está linda até lavra passando por Santa Cruz e Perafita , que não têm transportes diretos e rápidos para o Porto . É a minha opinião, vale o que vale.
  • Maria Gabriela Dias
    27 mar, 2025 Aguas Santas, Maia 19:53
    Não dá para entender porque não reabrem a estação. Os motards não podem ir para outro lado? E porque não deixam o público em geral sair junto ao porto de Leixões? Se têm ali o metro ao lado?
  • Rui
    27 mar, 2025 Leça do balio 12:33
    Quando a linha fizer a ligação ao metro, no Araújo à linha da Maia, vai ter muito mais gente. Para ir de metro da Maia ao hospital s joao demora mais de uma hora , que com esta ligação era muito mais rápido. Notar ainda que a linha teve intervenção há alguns anos atrás para ser dupla.
  • Paula Teixeira
    27 mar, 2025 S.mamede infesta 09:32
    Acho que a esta linha pode ter grande potencial,as pessoas ainda andam a descobrir a sua funcionalidade,podia ter um apeadeiro junto á ponte de rio tinto por cima da circulação que tirava muita gente do cruzamento da Areosa.
  • José Silva
    27 mar, 2025 Senhora da Hora 08:36
    A linha de Leixões, embora não me sirva directamente, é um meio de transporte que utilizo sempre que posso. Lamento é o “deserto” ao chegar a Leça do Balio, sem qualquer estrutura de apoio enquanto se espera pelo transporte (5023 da Unir). Ainda ontem um numeroso grupo de senhoras que viajava no mesmo comboio, ao chegar a Leça e, não tendo qualquer transporte a aguardá-las, foram caminhando até as perder de vista. Eu aguardei ainda cerca de meia hora pelo autocarro 5023 para Matosinhos. Desembarcaram no comboio que chegou cerca das 15 horas umas 50 pessoas.
  • Fernando Almeida
    27 mar, 2025 Matosinhos 07:38
    Frequento com regularidade essa lenha, acontece cada dia que passa vem mais utentes . Leça de Balio, com o autocarro5023, já trás mais pessoas para Leça e volta. Claro que falta abrigos, mas isso já (segundo seu) está contratualizados. Só falta por esse serviço em andamento.. Este transporte é sem dúvida uma mais valia. Só falta até Leixões que penso irá acontecer. Os comboios que vem de Ovar e chegam às mais ou menos a horas tem um transporte da linha 5923 que os levará até ao centro da Cm Matosinhos. Roma e pavio não se fãs num dia. Termino dizendo que o futuro será Leixões

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