28 abr, 2025 - 16:48 • Ricardo Vieira
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Um apagão deixou, esta segunda-feira, Portugal sem abastecimento de energia elétrica, com consequências nos transportes, telecomunicações, nas empresas e noutros setores. A normalidade começou a ser retomada ao final da tarde, primeiro no Grande Porto e, mais tarde, na capital.
A falha de energia aconteceu pelas 11h33 desta segunda-feira e afetou todo o país. Além de Portugal, Espanha, França e Alemanha também foram atingidos.
Ainda não há confirmação oficial sobre o que provocou o apagão. As primeiras informações apontam para uma falha técnica em Espanha, mas ainda não foi descartada a possibilidade de um ataque informático à rede europeia.
Em declarações esta segunda-feira, o administrador da REN João Faria Conceição apontou que podem ser “mil e uma causas”, acrescentando que momentos antes da quebra de energia foi registada uma “grande oscilação de tensões na rede espanhola” e que “naquele momento o sistema elétrico português estava num momento de importação” da eletricidade de Espanha.
O primeiro-ministro, Luís Montenegro, anunciou que vai solicitar à Agência de Cooperação dos Reguladores da União Europeia uma auditoria independente aos sistemas elétricos dos países afetados para apuramento cabal do que esteve na origem do incidente e que vai criar uma comissão técnica independente que faça uma avaliação aos mecanismos de gestão desta crise, da resiliência e recuperação do sistema elétrico à resiliência das infraestruturas e serviços críticos e também ao serviços de proteção civil, comunicações e saúde.
Apagão
O primeiro-ministro diz que as causas da falha de (...)
A eletricidade começou a ser retomada "muito gradualmente" em alguns pontos do país desde o meio da tarde desta segunda-feira.
Por volta das 8h00 desta terça-feira, a E-Redes garantiu que todos os 6,4 milhões de consumidores já têm eletricidade.
Na Grande Lisboa, a previsão era que a retoma da energia fosse "demorar mais tempo”, por existirem menos centrais na proximidade de Lisboa, no entanto, a energia começou a ser retomada, gradualmente, pouco depois das 20h00.
A REN - Redes Elétrica Nacionais, em comunicado oficial enviado à Renascença, adiantou que o regresso da luz está a ser efetuado com recurso aos meios de produção nacional, nomeadamente as centrais hídrica de Castelo de Bode e termoelétrica da Tapada do Outeiro.
O primeiro-ministro, Luís Montenegro, apelou à calma enquanto a eletricidade era restabelecida ainda na segunda-feira.
“Pedimos aos portugueses que confiem no trabalho que estamos a desenvolver para do ponto de vista da nossa capacidade de autonomia dos nossos centros de produção nacionais. Esperamos que ainda hoje toda a situação seja restabelecida”, declarou Luís Montenegro, numa pausa do Conselho de Ministros extraordinário convocado para acompanhar a situação.
Nesta terça-feira, o primeiro-ministro destacou uma resposta "altamente positiva" e disse que Portugal "está preparado para viver dias bons e menos bons" e agradeceu aos profissionais no terreno.
Situação não é igual em todo o país, segundo infor(...)
A operação nos aeroportos foi afetada pelo apagão. No aeroporto de Lisboa, centenas de voos foram cancelados no Aeroporto Humberto Delgado.
O primeiro-ministro afirmou que o regulador da aviação, a Autoridade Nacional de Aviação Civil (ANAC), autorizou a realização de voos noturnos para que as companhias possam recuperar rapidamente atrasos e que há várias entidades coordenadas a assegurar apoio aos passageiros em Lisboa.
A ANA aeroportos continua a aconselhar os passageiros a ligarem para as companhias aéreas antes de se deslocarem aos aeroportos.
O Metropolitano do Porto e de Lisboa não estiveram a funcionar na sequência da falha elétrica nacional. Em Lisboa, quatro carruagens ficaram paradas nos túneis. Os passageiros acabariam por ser retirados.
Esta terça-feira, o Metro de Lisboa já tem todas as linhas funcionar. A circulação na Linha Verde foi a última a normalizar. Já o Metro do Porto circula sem qualquer limitação.
Os hospitais estiveram a funcionar com recurso a geradores alimentados a combustível. Alguns deles, como Santa Maria e outras unidades locais em todo o país estão a cancelar atividade programada. Alguns hospitais privados também cancelaram cirurgias e outros procedimentos não urgentes.
O primeiro-ministro confessou que "a situação dos hospitais foi a mais difícil de gerir", mas garantiu que nenhum hospital chegou a situação limite.
"Foi preciso uma gestão muito rigorosa e a colaboração das forças de segurança, que asseguraram o patrulhamento dos camiões que abasteceram os hospitais. Não tivemos nenhuma situação limite, em que o abastecimento fosse esgotado, mas tivemos de gerir situações de perturbação com a dificuldades de trânsito e gestão operacional. Houve situações dramáticas, mas que não tiveram a ver com a energia", explica.
O apagão deixou o sistema de sinalização rodoviário foram de serviços, com os semáforos a não funcionarem. A PSP reforçou o dispositivo para controlar o trânsito, que foi sendo normalizado com a regularização da situação.
O Sistema de Segurança Interna divulgou um comunicado em que garante que todas as operações essenciais estão a ser asseguradas, garantindo a proteção e bem-estar da população.
O Sistema de Segurança Interna deixa alguns conselhos à população.
[notícia atualizada às 19h40 de terça-feira]