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HORA DA VERDADE

Temido critica ministra da Saúde no caso do Amadora-Sintra: "Ninguém me permitiria continuar"

27 fev, 2025 - 07:00 • Susana Madureira Martins , Marta Pedreira Mixão (Renascença) e Liliana Borges (Público)

Ex-ministra da Saúde e atual eurodeputada do PS diz que pressão no SNS é hoje menor do que era quando tutelava a pasta. "As pessoas estão mais condescendentes", diz. A eurodeputada socialista admite ainda que se “penitencia” pelas consequências que teve o caso das gémeas para António Lacerda Sales.

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Embora tenha feito “um voto” de não comentar o setor que tutelou durante quatro anos – dois dos quais durante a pandemia – Marta Temido não resiste a apontar a folga que considera que a atual ministra da Saúde tem e atira que jamais lhe seria permitido continuar no cargo se, como Ana Paula Martins, tivesse dito que não tinha “um plano” para resolver o problema de falta de cirurgiões no Hospital Amadora-Sintra.

Em entrevista ao programa Hora da Verdade, da Renascença e do jornal Público, a atual eurodeputada socialista defende a Direção Executiva do SNS, criada no seu consulado como ministra da Saúde, e admite que se “penitencia” pelas consequências que teve o caso das gémeas para António Lacerda Sales.

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No início deste mês, a ministra da Saúde, Ana Paula Martins, veio dizer que "o Governo não tem nenhum plano para o Hospital Amadora-Sintra para resolver este aspeto específico" da cirurgia do hospital. Que comentário lhe merece esta frase?
Eu fiz um voto de não comentar Saúde e a vida do Serviço Nacional de Saúde, por várias razões, designadamente porque sei bem o quão difícil é estar como ministra da Saúde. Mas posso dizer-lhe que nunca me passou pela cabeça responder assim. Se algum dia dos quatro anos em que fui ministra da Saúde tivesse dito que não tinha nenhum plano, ninguém, nem na oposição, nem na comunicação social, nem no meu partido, me permitiria continuar a ser ministra da Saúde.

O foco na saúde, apesar de as dificuldades diárias continuarem, também é outro. É muito distinto do que era há quatro anos. As pessoas estão mais condescendentes. A população, a comunicação social e, até, de alguma forma, os políticos.

Ainda acha que a direção executiva do SNS foi uma boa solução?

Não tenho qualquer dúvida.

Estão praticamente terminados os trabalhos na Comissão parlamentar de inquérito sobre as gémeas. António Lacerda Sales foi o bode expiatório desta história? O PS deixou-o cair? Marcelo Rebelo de Sousa sai bem?
É um caso do qual ninguém sai bem. Não é um caso que me deixe confortável. É uma situação em que tudo poderia ter sido feito da mesma maneira, sem se cometerem os erros, até de comunicação, que foram cometidos porque as crianças tinham direito ao tratamento.

E Lacerda Sales tornou-se um sacrificado?
E isso a mim penitencia-me. Não acho que se possa sacrificar quem quer que seja ou que alguém possa ficar a ser apontado como a única pessoa que errou tudo. Eu sempre disse tudo o que aconteceu.

O PS também contribuiu para isso?
Não vi isso. Porque diz isso?

Porque a dada altura o PS não deu conforto às posições de Lacerda Sales.
Sempre vi o PS, designadamente na comissão de inquérito, a fazer o melhor possível para apurar a verdade. Infelizmente, as pessoas às vezes pensam que uma porta travessa é melhor que uma porta direita. Não é.

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