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Almirante à Renascença: "Consenti" registo do movimento "Gouveia e Melo Presidente"

12 mar, 2025 - 17:37 • Pedro Mesquita , com redação

Em entrevista à Renascença, o antigo Chefe do Estado-Maior da Armada diz que o Presidente Marcelo Rebelo de Sousa fez bem em esperar pelo desfecho da moção de confiança antes de tomar qualquer decisão. Considera que ainda é cedo para anunciar se vai ou não ser candidato à Presidência da República, porque a preocupação dos portugueses, neste momento, é a crise política.

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Gouveia e Melo confirma registo do movimento "Gouveia e Melo Presidente"
Ouça a entrevista a Henrique Gouveia e Melo

O almirante Henrique Gouveia e Melo confirma, em declarações exclusivas à Renascença, que consentiu o registo do movimento "Gouveia e Melo Presidente".

O antigo Chefe do Estado-Maior da Armada e ex-coordenador do plano de vacinação Covid-19 explica que o objetivo é preservar uma marca que poderia ser utilizada de forma abusiva ou inapropriada.

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Em entrevista à Renascença, Gouveia e Melo considera, contudo, que ainda é muito cedo para falar da sua eventual candidatura presidencial.

Lembra que, neste momento, a preocupação dos portugueses é a atual crise política, após o chumbo da moção de censura e a queda do Governo de Luís Montenegro.

Está formalizado o movimento "Gouveia e Melo Presidente". Este passo foi dado por sua iniciativa?

Este passo foi dado por iniciativa de pessoas de minha confiança, para preservarem uma marca que pode ser usada de forma abusiva ou poder ser apropriada, o que era indesejável.

"A utilização e o registo desta marca foi dada com o meu consentimento"

Mas foi dado com o seu consentimento?

Sim, claro. A utilização e o registo desta marca foi dada com o meu consentimento. É preventiva de abusos que já no passado aconteceram.

Desta formalização do movimento "Gouveia e Melo Presidente", podemos concluir que já decidiu que vai ser candidato?

Não, essa conclusão é um bocado apressada. No entanto, o que posso dizer é que acho que todos os portugueses, como eu, estão focados no problema das eleições legislativas e é muito cedo para falar de outros assuntos.

Tudo a seu tempo e neste momento o que está em cima da mesa e o que preocupa realmente os portugueses são as eleições legislativas que vão ser marcadas.

Portanto, não vai para já anunciar uma decisão?

Não, não vou fazer anúncio nenhum porque acho completamente extemporâneo, principalmente num momento em que devemos estar a todos focados nas eleições legislativas, para termos um Governo.

O país vive uma situação de instabilidade integrada de uma instabilidade internacional que pode ser perigosa. Perigosa não só no sentido da defesa e da segurança, mas perigosa até em termos económicos. Portanto, o país precisa de adquirir estabilidade e governabilidade e credibilidade, e é isso que se pretende fazer com estas novas eleições.

"Presidenciais? Portugueses estão focados no problema das legislativas"

Essa é a prioridade. A formalização ou não de uma candidatura só depois das eleições legislativas?

Todos os cidadãos que estão e intervêm no espaço público devem ter em consideração que há prioridades que devem ser respeitadas e, neste momento, a grande prioridade é a resolução da governabilidade do país.

Tendo em conta o artigo de opinião que assinou no Expresso, o caso Luís Montenegro poderia ser razão suficiente para que o Presidente demitisse o primeiro-ministro ou considera que o Presidente da República fez bem em esperar pela decisão do Parlamento sobre a moção de confiança?

Eu acho que o Sr. Presidente da República fez muito bem em esperar pela moção de confiança, porque o Governo, em primeira instância, responde perante o Parlamento.

Mas considera que o caso de Luís Montenegro não significaria uma quebra de confiança suficiente, à luz do seu texto, do compromisso com os portugueses, para que o Presidente da República devesse demitir o primeiro-ministro?

À luz do meu texto, considerei que, havendo um contrato social entre governantes e governados no momento das eleições, esse contrato deve ser respeitado após as eleições e é isso que é o significado do meu texto.

Neste momento, o problema não foi de governabilidade, ao que parece, mas foi de reputação do Sr. primeiro-ministro da, eventual, idoneidade ou não do Sr. primeiro-ministro. E é por causa disso que a Assembleia da República fez com que se chegasse a esta situação, em que o Sr. Presidente da República, e muito bem, convocou eleições para decidir de um novo contrato para se iniciar um novo processo governativo.

O silêncio do Presidente até agora, ouvindo primeiros partidos, é, do seu ponto de vista, uma decisão acertada?

Não, eu agora não vou comentar o Sr. Presidente da República. O Sr. Presidente da República foi eleito, está no pleno poder das suas funções e qualquer comentário da minha parte acho que é extemporâneo.

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