Legislativas 2025

Comício de liberais, dejá vu da tinta verde e o namoro com a AD

11 mai, 2025 - 21:29 • Filipa Ribeiro

Alvo de um ataque de ativistas climáticos, o presidente da Iniciativa Liberal não esquece o eventual futuro com a AD. Rui Rocha começa por sublinhar que não é "apêndice político", que recebeu contactos das lideranças e acaba a gritar que "não é um partido de protesto, mas de governação".

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O arranque da segunda semana de campanha de legislativas fica marcado por um dejá vu. A tinta verde voltou, mas desta vez à campanha da Iniciativa Liberal.

Num comício que prometia, com o ambiente de festa e vários membros do partido a bater o pé ao som dos covers de uma banda rock, o presidente da IL que começou a tarde por cantar "What's Up" dos 4 Non Blondes - onde gritou a mítica frase "What's going on?" - recebeu a resposta minutos depois, ao ser surpreendido pela invasão de palco de dois ativistas climáticos do movimento "Fim ao Fóssil".

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O líder liberal estava nesse momento a recordar o seu percurso e juventude, quando foi interrompido. Cumprimentou e tentou conversar com os jovens, mas terminou completamente pintado com tinta em pó verde.

Rui Rocha recusou limpar a cara e continuou o discurso, garantindo que "não é um partido de protesto, mas de governação". Já sem o blazer - que atirou para o chão - e enquanto a sala gritava o seu nome, voltou a piscar o olho à AD, afirmando que no dia seguinte às eleições manterá a porta aberta. "No dia seguinte, para mudar Portugal, nós lá estaremos", disse.

O presidente da Iniciativa Liberal - ignorando por completo que se tinha tornado verde - defendeu as medidas e propostas dos liberais como a liberalização da ferrovia, o corte na burocracia e a construção de mais casas.

Enquanto isso, o partido preparava-se para avançar com uma queixa contra os dois ativistas. Com as marcas da manifestação climática na roupa, acabou por se cobrir com uma camisola azul da Iniciativa Liberal e seguir até aos bastidores.

A verdade é que, antes de se sonhar que o dia acabaria com uma queixa nas autoridades e um casaco a ser leiloado para donativos para a Associação Acreditar, o presidente da IL tinha afirmado que "não é um partido apêndice".

Rui Rocha aceita estar num Governo de coligação, mas para isso quer "crescimento".


Sem galochas calçadas, mas num tom mais desportivo, o presidente da IL visitou esta manhã um exploração agrícola em Santarém. Enquanto era feita uma plantação de tomate, numa empresa onde 60% dos trabalhadores são imigrantes, o líder dos liberais reconheceu que a imigração é determinante para o setor e que deve haver uma gestão inteligente da agricultura.

Mas a AD voltou a ser tema.Enquanto Nuno Melo do CDS-PP e membro da coligação afirma estar coligado com o PSD e mais ninguém, Rui Rocha acalma a oposição garantindo que "não é um partido apêndice". O presidente dos liberais mantém a porta aberta, lembrando que foi o próprio a fechá-lá há umas semanas.

Rui Rocha conta ter sido contactado por lideranças "quando se sabia que a legislatura iria terminar".

De acordo com Rui Rocha, houve “enormes manifestações de desejo de que a IL se integrasse noutro tipo de plataforma”. “Não estou a falar de forças vivas, como outros disseram, estamos a falar de coisas concretas", afirma.

Questionado sobre que contactos foram esses, respondeu que vieram “de quem tem possibilidade de liderar, lideranças e direção".

Este domingo em Espinho, o sol pareceu abrir também para os liberais, com Luís Montenegro a assumir após um mergulho no atlântico que faria equipa com Rui Rocha, mas o líder dos liberais que se tem mantido disponível voltou a usar a tese já repetida de que "fará dupla com os portugueses".

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