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"A minha decisão é avançar". Gouveia e Melo é candidato à Presidência da República

14 mai, 2025 - 15:45 • Pedro Mesquita

O Almirante já decidiu, vai mesmo avançar para a corrida ao Palácio de Belém: "Não há dúvidas. Vou ser mesmo candidato”. Nesta entrevista exclusiva à Renascença, Henrique Gouveia e Melo explica que a sua decisão evoluiu perante o agravamento da guerra na Ucrânia, da tensão na Europa e com a eleição de Donald Trump, mas diz que resulta igualmente de "alguma instabilidade interna que se tem prolongado".

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"A minha decisão é avançar". Gouveia e Melo é candidato à Presidência da República
Ouça a entrevista de Gouveia e Melo ao jornalista Pedro Mesquita

"A minha decisão é avançar com a candidatura à Presidência da República... Ela será anunciada formalmente no dia 29 de maio." As poucas dúvidas que ainda persistiam são agora desfeitas numa declaração exclusiva à Renascença.

Gouveia e Melo entra na corrida ao Palácio de Belém e, se for eleito, acredita que "pode contribuir de forma muito decisiva para a estruturação da política de médio e longo prazo, com uma visão estratégica, e para as reformas estruturais que há muitos anos estão por fazer na sociedade portuguesa".

O candidato - agora já poderá ser assim designado - admite à Renascença que é muito diferente de Marcelo Rebelo de Sousa, quando questionado sobre se as posições assumidas pelo atual chefe de Estado terão contribuído, de alguma forma, para a sua decisão: "Não vou comentar as posições do atual Presidente da República. No entanto, somos pessoas muito diferentes e, caso os portugueses considerem que eu tenho condições para ser Presidente da República, a minha forma de atuar será muito diferente do atual Presidente."

"Neste momento do anúncio da minha candidatura não me quero preocupar com o passado, só me quero preocupar com o futuro", acrescenta.


Não, não há dúvidas. Vou ser mesmo candidato."

E o futuro passa já pelas legislativas de 18 de maio, o próximo domingo: "Tenho a expectativa de que os portugueses escolham bem qual é a governação — e o tipo de governação — que querem para o futuro. Eu tento não influenciar em eleições que têm a ver com os partidos políticos. No entanto, o tempo para o anúncio da minha candidatura começa a ser curto, porque preciso de enviar convites para a cerimónia. Seria, como se diz (risos), um segredo muito mal guardado. E pronto, tenho esta oportunidade para dizer de viva voz que vou verdadeiramente ser candidato... e no dia 29 de maio farei anúncio formal da candidatura".

Qual é a sua decisão?

A minha decisão é avançar com a minha candidatura à Presidência da República... Ela será anunciada formalmente no dia 29 de maio.

Já não há dúvidas? Vai mesmo ser candidato? Já nada o fará reverter esta decisão?

Não, não há dúvidas. Vou ser mesmo candidato.


Esta instabilidade interna está aos olhos de todos nós, portugueses."

E porque é que decidiu avançar? Lembro-me de que em finais de 2023 me dizia que não tencionava ser candidato. E quando insisti na pergunta respondeu-me: "quando eu digo não, é não". O que é que de importante, ou mesmo de grave, aconteceu entretanto para que mudasse de posição?

Bem, o mundo mudou bastante desde essa data. A guerra da Ucrânia agravou-se, a tensão na Europa também se agravou, e a eleição do Sr. Trump como Presidente dos Estados Unidos da América veio alterar a configuração internacional. Nós estamos perante uma nova tentativa de edificação de uma ordem mundial que pode ser perigosa, ou nos pode afetar de forma significativa... E também, de alguma forma, alguma instabilidade interna que se tem prolongado. Tudo isso fez-me mudar de opinião.

Essa instabilidade interna... Quer explicar melhor?

Esta instabilidade interna está aos olhos de todos nós, portugueses. Nós temos tido governos de curta duração, não temos conseguido ter uma governação estável e, num mundo em mudança, mudando a própria ordem internacional, com uma guerra na Europa e uma instabilidade que põe em causa a própria NATO, que põe em causa o futuro da ordem mundial, todas estas coisas fizeram-me refletir e contribuíram para a minha motivação para avançar.


A minha forma de atuar será muito diferente do atual Presidente."

Como é que um Presidente da República poderá contribuir para enfrentar estas situações?

O Presidente da República, por ser eleito por maioria e não dependente de partidos, pode contribuir de forma muito decisiva para a estruturação da política de médio e longo prazo, com uma visão estratégica, e para as reformas estruturais que há muitos anos estão por fazer na sociedade portuguesa.

De alguma forma, as posições assumidas pelo atual Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, contribuíram para a sua tomada de decisão?

Não vou comentar as posições do atual Presidente da República. No entanto, somos pessoas muito diferentes e, caso os portugueses considerem que eu tenho condições para ser Presidente da República, a minha forma de atuar será muito diferente do atual Presidente.

Em que é que será diferente?

Bem, serei diferente. Neste momento do anúncio da minha candidatura não me quero preocupar com o passado, só me quero preocupar com o futuro.

Está a anunciar que vai, de facto, ser candidato a escassos dias das eleições. Que expectativa é que tem?

Tenho a expectativa de que os portugueses a escolham bem qual é a governação e o tipo de governação que querem para o futuro. Eu tento não influenciar, em eleições que têm a ver com os partidos políticos. No entanto, o tempo para o anúncio da minha candidatura começa a ser curto, porque preciso de enviar convites para a cerimónia. E portanto seria, como se diz (risos), um segredo muito mal guardado. E pronto, tenho esta oportunidade para dizer de viva voz que vou verdadeiramente ser candidato... e no dia 29 de maio farei anúncio formal da candidatura.

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  • João Monteiro
    14 mai, 2025 Trofa 20:25
    Ainda bem que alguém que já deu provas de comando e organização se candidata a presidente e sem quaisquer ligações a partidos, senão voltaríamos aos mesmos.....

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