Autárquicas 2025

Chegaram a presidente sem serem eleitos. Agora vão a eleições por todo o país

10 out, 2025 - 07:00 • João Pedro Quesado

Os portugueses elegeram 134 autarcas para um terceiro mandato consecutivo em 2021. 51 já deixaram as câmaras — quase metade foram escolhidos pelos partidos para outras eleições —, e cerca de 20 querem continuar a carreira autárquica em assembleias municipais, ou nos municípios vizinhos.

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Há 41 candidatos nas eleições autárquicas de 2025 que já são presidentes de câmara, mas só agora lideram, pela primeira vez, listas para câmaras municipais. São os substitutos de autarcas que foram eleitos, em 2021, para o terceiro mandato consecutivo, e saíram, nos últimos anos, das câmaras municipais.

Um total de 57 câmaras viram a presidência mudar desde 2021 — 51 presidentes saíram antecipadamente já durante o terceiro e último mandato consecutivo permitido por lei. Entre esses, 19 foram eleitos deputados nas eleições legislativas de 2024 e 2025. Com as eleições europeias e as regionais, o número sobe para 25.

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O PSD é o partido que mais trocou presidentes, e é também o que tem mais substitutos candidatos a presidências de câmaras — são 25, enquanto o PS apresenta 13 substitutos candidatos, a CDU apresenta dois e o JPP apresenta um.

Descubra que partido elegeu mais presidentes para um terceiro mandato há quatro anos, qual o partido que mais trocou presidentes — um trocou 100% dos autarcas no terceiro mandato —, as razões de cada saída, e as histórias de algumas substituições — e dos presidentes que se tornaram candidatos.

Entre os recandidatos, há um caso particular. Em Vizela, o atual autarca, Victor Hugo Salgado, foi eleito em 2021, pelo PS, para um segundo mandato. Perante as notícias de abril de que a mulher teria apresentado queixa por violência doméstica, o PS nacional acabou por retirar o apoio a Victor Hugo Salgado, que se demitiu da liderança da Federação Distrital de Braga do PS.

Contra a decisão do PS nacional, a concelhia socialista de Vizela decidiu não apresentar outro candidato às autárquicas, e manifestou apoio à recandidatura do presidente da câmara, que agora lidera o Movimento Independente Vizela Sempre. O inquérito por violência doméstica contra a mulher, que tinha sido arquivado, foi reaberto pelo Ministério Público em julho. Outro inquérito, por violência doméstica contra o filho, está a decorrer desde junho.

Em dez municípios, onde os autarcas no terceiro mandato não saíram, são os vice-presidentes que assumem as candidaturas dos partidos, ou movimentos independentes, nestas eleições. O caso mais notório é, talvez, o de Filipe Araújo, no Porto — o atual vice é como que herdeiro do movimento de Rui Moreira, mudando o nome do movimento para "Fazer à Porto".

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