23 abr, 2025 - 18:56 • André Rodrigues, enviado especial ao Vaticano
Pouco passava das 09h30 desta quarta-feira. Depois de ter visto a urna que transportava o corpo de Francisco atravessar a Praça de São Pedro até entrar na Basília de São Pedro, Margarida estava perdida do grupo que viajou desde a Póvoa de Varzim até Roma. "Ando aflita à procura da minha irmã", confessou à Renascença, gesticulando energicamente com o telemóvel.
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Na ânsia de chegar até perto dos seus, no meio de milhares de fiéis no epicentro do Vaticano, esta jovem começou por contar que a notícia da morte de Francisco veio ainda antes da descolagem: “Soubemos ainda no aeroporto, mas o propósito desta viagem não se perde.”
Margarida viajou até Roma para participar no Jubileu dos Adolescentes, durante o fim de semana. Mas, agora que não pode ver Francisco em vida, prefere valorizar este “momento histórico”.
Renascença em Roma
Rezou ali depois de ser eleito e também quando sai(...)
Na retrospetiva de um pontificado de causas como a ecologia, a defesa da paz, o diálogo inter-religioso, Margarida recorda, sobretudo, “o momento em que disse que a Igreja está aberta a todos”.
“Era um Papa muito mais próximo dos jovens e, principalmente, um Papa que falava dos problemas atuais e acho que era isso que fazia os jovens aproximarem-se mais da Igreja Católica”, acrescenta.
Margarida recorda Francisco como um “Papa corajoso”, por falar abertamente sobre a aceitação dos homossexuais, sobre métodos contracetivos, “que são temas que dizem muito aos jovens”.
E, nos tempos de incerteza que o mundo enfrenta, a Terceira Guerra Mundial aos pedaços, tantas vezes dita e repetida nos seus discursos, esta adolescente lambra um Papa que “foi sempre capaz de dizer as frases certas e de dar esperança”.
Mas com a partida de Francisco, perde-se a esperança? “Não… eu tenho esperança.”