20 abr, 2023 - 12:28 • Lusa
O fotojornalista ucraniano Evgeniy Maloletka venceu hoje o prémio de Fotografia do Ano da World Press Photo, com a imagem de uma grávida ferida num ataque russo a uma maternidade em Mariupol, na Ucrânia, anunciou hoje a organização.
A fotografia, captada por Evgeniy Maloletka, para a agência noticiosa Associated Press a 09 de março de 2022, revela uma mulher, Iryna Kalilina, grávida e ferida, a ser transportada numa maca num cenário de destruição, depois de um ataque por forças militares russas a uma maternidade em Mariupol. Iryna Kalilina, de 32 anos, e o bebé morreram pouco depois.
Em declarações à agência Efe, o jornalista premiado admitiu ser difícil "receber um prémio por fotografias de pessoas que já morreram".
"É muito doloroso de compreender. São fotografias do horror. Não é por isto que eu queria receber um prémio, mas é assim, isto vai acompanhar-me para sempre. Ao mesmo tempo, é importante mostrar ao mundo o que se passa na Ucrânia", afirmou.
De acordo com a diretora executiva da Fundação World Press Foto, Joumana El Zein Khoury, o júri decidiu de forma rápida atribuir o prémio a Evgeniy Maloletka.
"Era claro desde o início que precisava de vencer. Todos os membros do júri o disseram. Porquê? Porque realmente demonstra como a guerra, e em particular a guerra na Ucrânia, afeta não só uma geração como múltiplas gerações", afirmou à Associated Press.
Além do prémio de Fotografia do Ano, a World Press Foto atribuiu ainda três outros prémios globais de fotojornalismo e vários prémios regionais.
O dinamarquês Mads Nissen, já premiado em edições anteriores da World Press Foto, venceu o prémio de reportagem do ano sobre o dia-a-dia de quem vive no Afeganistão em 2022, e a arménia Anush Babajanyan venceu na categoria de projetos a longo prazo com um trabalho no Quirguistão.
"Estes quatro vencedores representam as melhores fotografias e histórias sobre os mais importantes e prementes assuntos de 2022", afirmou à Associated Press, Brent Lewis, o editor de fotografia e um dos membros do júri.
O júri do World Press Photo 2023 escolheu as fotos que marcaram o ano entre mais de 60.000 imagens de 3.752 fotógrafos, provenientes de 127 países.
O fotógrafo egípcio Mohamed Mahdy venceu um prémio numa categoria de novos formatos, com um projeto visual e interativo feito em Alexandria, no Egito, "para preservar a memória de uma vila piscatória em vias de extinção".
O principal prémio de fotojornalismo mundial também atribui galardões por regiões. Um dos vencedores na zona América do Norte e Central foi Carlos Barria, com o trabalho "A Viagem de Maria". Em março de 2022, Carlos Barria foi entrevistado pela Renascença a propósito do acompanhamento da guerra na Ucrânia.
"Estes quatro vencedores representam as melhores fotografias e histórias sobre os mais importantes e prementes assuntos de 2022", afirmou à Associated Press, Brent Lewis, o editor de fotografia e um dos membros do júri.
O júri do World Press Photo 2023 escolheu as fotos que marcaram o ano entre mais de 60.000 imagens de 3.752 fotógrafos, provenientes de 127 países.