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Morreu o cineasta António-Pedro Vasconcelos

06 mar, 2024 - 09:50 • João Malheiro , Maria João Costa

Ao longo da carreira, realizou 16 longas-metragens e esteve associada ao movimento Novo Cinema.

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Os filmes do cineasta António-Pedro Vasconcelos
Os filmes do cineasta António-Pedro Vasconcelos

António-Pedro Vasconcelos morreu aos 84 anos, confirmou à Renascença fonte do Ministério da Cultura.

A notícia da morte do cineasta foi divulgada, primeiro, pelo socialista João Soares, na sua página pessoal do Facebook. "Recebo com grande tristeza a noticia da morte de António-Pedro Vasconcelos. Admirava o muito como cineasta, a obra que nos deixa é notável", escreve.

O realizador português é uma das figuras do Novo Cinema, um movimento vanguardista que surgiu ainda durante a ditadura do Estado Novo, que almejava romper com as produções promovidas pelo regime.

O primeiro trabalho da carreira foi "Tapeçaria - Tradição que Revive", uma curta-metragem realizada em 1967. A primeira longa-metragem "Perdidos por Cem" surgiu poucos anos depois, em 1972.

Antes da viragem do século, realizou vários filmes que se tornaram em sucessos de bilheteira, como “O Lugar do Morto”, em 1984, ou “Jaime”, de 1999, que foi premiado no Festival de Cinema de San Sebastián, em Espanha.

Ao todo, realizou 16 longas-metragens e esteve envolvido em muitos outros projetos. Os últimos trabalhos foram "Parque Mayer", em 2018, e "Km 224", em 2022.

Vencedor de múltiplos Globos de Ouro e prémios Sophia, em Portugal, foi ainda distinguido em 2020 pela Academia Portuguesa de Cinema com um prémio de carreira.

"Eu gosto de fazer filmes para as salas, tenho a noção de que a prazo não direi que está condenado, mas é uma coisa que vai representar muito pouco na economia do cinema. Enquanto eu puder fazer filmes, e enquanto houver salas, vou fazendo, mas deixou de ser a minha prioridade. A coisa que eu mais gosto na vida é filmar com atores, mas se não filmar, farei outra coisa. Gosto muito de escrever e tenho projetos de livros para escrever", disse à agência Lusa, em 2022.

António-Pedro Vasconcelos esteve também ligado à candidatura de Mário Soares às Presidenciais de 1986, tendo escrito a letra do hino de campanha Rock da Liberdade.

Destacou-se, ainda, como adepto do SL Benfica, em programas de comentário desportivo.

Um dos campos de intervenção foi na Associação Peço a Palavra, que dirigiu, e através da qual que se bateu publicamente contra a privatização da TAP. Também integrou movimentos de defesa do serviço público, como o que existiu em 2012, durante o período da 'troika'.

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