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Sugestões de Leitura

Economia “fora da caixa” para ler este Natal

20 dez, 2024 - 06:51 • Sandra Afonso

Caminhos alternativos na economia, um novo mundo do trabalho, produtividade lenta, a economia da Inteligência Artificial ou a razão porque as nações falham, são alguns dos temas da lista de livros que pode encontrar neste artigo, para ajudar a compreender os novos tempos e tendências. Conhecimento é poder.

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Na era da desinformação, encontrar vozes inspiradoras com ideias disruptivas, que sustentem espíritos curiosos mas críticos, exigentes mas que querem manter o otimismo, pragmáticos mas por vezes idealistas, não é tarefa fácil. Para quem ousa ser mais e melhor, dar mais e ir mais longe, ficam algumas sugestões de leitura em tempo de Natal.

- “Para Além da Disrupção – Inovar e alcançar o crescimento sem eliminar indústrias, empresas ou empregos”, W.Chan Kim e Renée A.Mauborgne (Actual)

Vivemos uma nova era, em rápida mutação. Estes já não são anos marcados pelo quarto poder – a informação, nem pela digitalização, apesar de ter surgido há apenas um par de décadas. Já estamos na era da ampliação cognitiva. Tecnologias como a gamificação, o blockchain e a inteligência artificial integram o nosso quotidiano. Muitos já não perguntam se vão ser substituídos por uma máquina, mas até quando mantêm o emprego?

Esta destruição e ansiedade é mesmo incontornável? Kim e Mauborgne acreditam que não. Segundo os autores, há caminhos alternativos na economia e nos negócios, onde o bem económico e social não são condição para a inovação, onde os negócios e a sociedade podem prosperar juntos.

Este livro assenta numa mentalidade de soma positiva, para mostrar como se pode inovar sem destruir nem causar disrupção. Fala de novas indústrias, novos empregos e lucros, tudo isto sem passar pelo encerramento de negócios, destruição de comunidades ou perda de empregos.

- “As Pessoas Primeiro – Um manifesto para o novo mundo do trabalho”, Seth Godin (Ideias de Ler)

Também editado este ano, este manifesto por uma nova visão do trabalho e do trabalhador, que é no fundo um apelo à mudança.

De leitura rápida, Seth Godin aplica nestas quase 200 páginas a mesma receita a que já nos tinha habituado: uma escrita simples, com ideias claras e capítulos curtos.

O autor defende que é preciso valorizar os trabalhadores, tratá-los como pessoas e não como descartáveis, facilmente substituíveis por máquinas. Precisamos de organizações que envolvam os funcionários, que cultivem propósitos, que explorem as competências dos trabalhadores.

Por outro lado, o autor também defende que cabe a cada um, desde o colaborador ao patrão e administrador, criar ambientes de trabalho mais gratificantes e saudáveis.

Seth Godin lembra que “as pessoas não são um recurso. Elas são a razão de tudo”.

- “Poder e Previsão – A economia disruptiva da Inteligência Artificial”, Ajay Agrawal, Joshua Gans, Avi Goldfarb (Actual)

Este ano foi prolífico em publicações sobre a IA. Destacamos este livro que, embora tenha sido lançado em 2022, só teve tradução em Portugal em 2024.

Esta não é mais uma incursão sobre a evolução da tecnologia e a nova revolução que vivemos, mas um ensaio sobre a economia da Inteligência Artificial.

Os autores, os três professores na Rotman School of Management da Universidade de Toronto, pretendem com este trabalho explicar qual será o impacto da consolidação da IA no tecido empresarial, através da experiência inicial.

Eles analisaram os primeiros negócios assentes em IA, que se tornaram fenómenos empresariais, cruzaram dados com empresários, investigadores, investidores e cientistas e construíram um quadro económico que permite antecipar previsões para o que chamam de “próxima vaga de adopção de IA”.

- “Criar – Um guia fora da caixa para construir coisas que valem a pena”, Tony Fadell (Lua de Papel)

O autor é uma referência em Silicon Valley, tem o nome ligado a marcas como a Phillips e a Apple e lançou a Nest Labs, que acabou por ser comprada pela Google por 3,2 mil milhões de dólares. Já registou mais de 300 patentes e hoje orienta a próxima geração de startups.

Neste livro junta o que aprendeu com os seus mentores, como Steve Jobs e Bill Campbell, com a experiência no terreno. Este guia é uma súmula de histórias pessoais e decisões que marcaram as últimas décadas da inovação.

Numa linguagem simples e direta, o autor passa pelas diferentes fases do processo de criação, não só do produto e do negócio, mas da própria carreira. A leitura é rápida, apesar das mais de 450 páginas.

Tony Fadell defende que não é preciso começar do zero para atingir o sucesso ou ser impactante, o importante é construir com propósito, construir o que realmente vale a pena.

- “Produtividade Lenta – Obter resultados sem cair em burnout”, Cal Newport (Atual)

O final do ano é aproveitado por muitos para olharem de outra perspetiva para o trabalho realizado, o rendimento que estão a dar à empresa, o que sobra para a família e para eles próprios e em que condições chegam ao final de dezembro. O retrato nem sempre é animador.

Cal Newport defende que chegou o momento de abordarmos o trabalho de forma diferente, mais lenta.

Segundo o autor, as últimas décadas provaram que a pseudoprodutividade já não garante os resultados que as organizações esperam e precisam.

Em causa está o esforço exigido e despendido diariamente em tarefas necessárias mas que retiram tempo a outras, que muitas vezes acabam por ser mais importantes. Neste difícil equilíbrio, acabamos num ritmo diário alucinante que se repete sucessivamente, mas nem por isso nos garante uma maior produtividade.

Newport defende fazer menos coisas, trabalhar a um ritmo natural e ficar obcecado com a qualidade. Nesta nova forma de trabalhar o autor privilegia a qualidade, no trabalho e na vida, e explica como pode ser garantida.

- “Porque Falham as Nações – As origens do poder, da prosperidade e da pobreza”, James A. Robinson, Daron Acemoglu (Temas e Debates)

Este é o resultado de 15 anos de investigação, que deu notoriedade aos autores. Contou ainda com a colaboração de um terceiro economista, Simon Johnson. Os três foram laureados este ano com o Nobel da Economia, pela sua investigação sobre a desigualdade entre nações.

Neste livro, publicado há 11 anos em Portugal, procuram explicar porque há nações ricas e outras pobres e o que determina essa condição. A cultura, as condições meteorológicas, a geografia, a gestão política?

Defendem que não há fatores condicionantes em si. Por isso temos países colonizados, como o Botsuana, que é um dos que cresce mais rapidamente no mundo, enquanto outras nações africanas, como o Zimbabué, o Congo e a Serra Leoa, vivem em pobreza e violência.

Os autores apresentam uma nova teoria de economia política, segundo a qual o êxito económico é determinado pelas instituições políticas e económicas. Justificam estas conclusões com exemplos do Império Romano, das cidades-estado maias, da Veneza medieval, da União Soviética, da América Latina, de Inglaterra, da Europa, dos Estados Unidos e de África.

Procuram ainda responder a questões essenciais, como se a China pode ultrapassar o ocidente ou se a pobreza deve ser combatida com mais filantropia.

- “Pensar Depressa, Dizer o Que Interessa – Como ter Sucesso quando se é posto à prova”, Matt Abrahams (Ideias de Ler)

Para quem não conseguiu dizer tudo o que queria este ano, fica uma sugestão para que em 2025 não deixe nada por dizer.

Este professor da Universidade de Stanford reuniu em livro várias técnicas e estratégias para que não fique de novo bloqueado no momento menos oportuno nem lhe faltem as palavras.

No fundo, são formas de ultrapassar e reduzir a ansiedade, o recurso a bengalas no discurso, a transpiração, movimentos excessivos, respiração acelerada, entre outros. Situações que dificultam a comunicação e impedem uma mensagem clara.

Em seis etapas, Matt Abrahams propõe preparar o leitor para qualquer apresentação pública ou negociação, como já o fez com presidentes de grandes cotadas ou vencedores de prémios Nobel.

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