Do lado russo, Moscovo não divulga números de mortes, feridos e capturas, seja de militares ou civis. Contudo, lê-se no Kyiv Independent, a Ucrânia estima que, no total, até 20 de fevereiro, a Rússia terá perdido cerca de 863 mil soldados desde que invadiu o país vizinho, há três anos. A única pista que existe sobre estes números são os cerca de 48 mil pedidos de identificação de soldados desaparecidos, recebidos pelo Ministério da Defesa russo.
De acordo com uma investigação do Finantial Times, do final do ano passado, a Rússia terá recrutado soldados estrangeiros para fortalecer as tropas nos combates contra a Ucrânia. Segundo o jornal britânico, Moscovo terá recrutado mercenários do Iémen sob a promessa de altos salários e cidadania russa, apenas para os enviar para a linha da frente ucraniana, juntamente com migrantes e outros soldados estrangeiros, de países como o Nepal, a Somália, a Índia e Cuba.
Além disso, revelou o The New York Times, em novembro de 2024 a Coreia do Norte enviou perto de 10 mil soldados para integrarem o exército russo — com direito a equipamento, uniformes e armamento — no combate na zona ucraniana de Kursk. A Rússia terá, também, treinado os soldados norte-coreanos em artilharia, táticas básicas de infantaria e limpeza de trincheiras.
Mas o treino de soldados não foi sempre uma prioridade para o exército russo. De acordo com o RUSI (Royal United Services Institute), as forças russas demonstravam ser "altamente desorganizadas", acabando por estabelecer regimentos de treino no verão de 2023. No final de 2024, cerca de 470 mil soldados do exército russo estavam destacados em territórios ocupados na Ucrânia.