A seu lado, Rodrigo Rebelo — outro antigo aluno que entrou, no final do ano letivo passado, no Instituto Superior de Engenharia do Porto, para estudar Engenharia Mecânica Automóvel — acha que a chave do sucesso está “exatamente na diferença que esta escola faz em relação a escolas de grandes dimensões, de grandes centros urbanos”.
A escola periférica que é quase como uma família
A escola tem cerca de 180 alunos no ensino secundário, distribuídos por seis turmas de cursos de ensino geral e três de cursos profissionais. A menor dimensão ajuda a promover um maior acompanhamento dos estudantes.
“Temos uma empatia muito grande com os nossos alunos, [somos] quase que como família”, admite Marta Cruz, uma professora de matemática recém-chegada à equipa. O facto de ser uma escola “pequenina” ajuda a promover uma proximidade entre todos. “Então eles não têm receio de recorrer a nós, de nos pedir ajuda.” A vergonha de não saber fazer “não existe”.
"A nossa ambição é estar entre os melhores. Acho que os nossos alunos merecem”, considera o diretor, António Figueiredo
O contexto, explica o diretor do Agrupamento de Escolas Dr. Ferreira da Silva, é essencialmente “um desafio”. “Somos uma escola periférica. Não somos de centro cidade, nem de grande cidade”, diz António Figueiredo, que caracteriza a zona como estando algures entre o rural e o industrial.
“É um contexto social médio”, com uma escolaridade média das mães (um preditor relevante para aferir do sucesso académico futuro dos alunos) que não ultrapassava os 9,32 anos em 2022/23.
A EBS tenta ainda assim cumprir o papel de “elevador social”. “Acho que a escola deve acrescentar valor aos nossos alunos, independentemente das suas condições sócio económicas”, sublinha o professor formado em Geografia.