São cerca de 60 psicólogos que, em 2024, atenderam mais de 18 mil pessoas, segundo adiantou à Renascença a coordenadora nacional destas equipas, Marta Silva.
“Chegam sinalizadas pelas Comissões Proteção de Crianças e Jovens (CPCJ), escolas, centros de saúde e, maioritariamente, pelas equipas que apoiam as vítimas adultas, nomeadamente nas casas de abrigo”, esclarece.
Em Portugal, existem atualmente cerca de três dezenas de casas de abrigo, para onde as mulheres e filhos (habitualmente, menores) são encaminhados depois da denúncia e onde ficam, pelo menos, seis meses.
Maria recebe-nos no abrigo onde chegou com a mãe e os dois irmãos no início deste ano. Ali, sob a alçada da APAV, convive com dezenas de mulheres e crianças, todas na mesma situação – sofreram ou assistiram a agressões dentro do agregado familiar.
"Há pessoas adultas que optaram por não ser mães e pais com medo de carregar uma maldição genética."
Debaixo daquele teto, as despesas estão todas asseguradas, as tarefas domésticas são divididas entre todos e as mulheres e jovens são acompanhados e apoiados para reconstruírem a vida, desde a gestão das emoções até ao processo de arranjar trabalho e de saber lidar com a liberdade.
“Queremos ser um espaço em que as pessoas possam crescer, desenvolver-se, perceber o valor e a liberdade que têm. A relação com a liberdade é uma relação difícil – também traz responsabilidade. Sou responsável pela decisão que tomei e depois tenho de arcar com as consequências, positivas ou negativas”, aponta a assistente social.
Para quem sai de uma situação de violência, ter liberdade é aprender a fazer escolhas. Maria é capaz de falar ao telefone com o pai, mas não quer vê-lo ainda. Francisco ajuda o pai agora doente, mas não lhe permite perguntas sobre a mãe. Caetana não deseja mal ao irmão, mas não quer conviver mais com ele. São estratégias para se sentirem em segurança e, finalmente, sem medo.
Linhas de apoio a vítimas de violência doméstica em Portugal:
Se precisa de ajuda ou tem dúvidas sobre este tipo de problemas, não deixe de contactar um médico especialista ou um dos vários serviços e linhas de apoio gratuitas.
Linha de Apoio à Vítima da APAV
Dias úteis das 8h às 22h
116 006
Linha de Informação a Vítimas de Violência Doméstica:
Todos os dias, 24h por dia
800 202 148 para chamadas
3060 para SMS
Linha emergência social
Todos os dias, 24h por dia
144
Linha de apoio à criança
Todos os dias, 24h por dia
116 111
Aconselhamento Psicológico SNS24
Todos os dias, 24h por dia
808 24 24 24 – tecla 4 para apoio psicológico
Linhas de Apoio para prevenção do suicídio:
SOS Voz Amiga
Todos os dias das 15:30h à 00:30h
213 544 545 / 912 802 669 / 963 524 660
Website: sosvozamiga.org
Voz de Apoio
21:00 – 24:00
225 506 070
Email: sos@vozdeapoio.pt
Conversa Amiga
15:00 – 22:00
808 237 327 / 210 027 159
Telefone da Amizade
16:00 – 23:00
222 080 707
Vozes Amigas de Esperança de Portugal
16:00 – 22:00
222 030 707