A paróquia apoia perto de 200 pessoas, embora algumas só apareçam às vezes. Distribuem roupa e cabazes de alimentos não perecíveis. “Às terças-feiras venho cá e atendo as pessoas que procuram a nossa ajuda. Recebemos fundamentalmente da paróquia, que é impecável. Os idosos, do pouco que têm, ainda partilham connosco.”
Entre os que procuram ajuda há também muitos idosos que vivem sozinhos famílias com vários filhos e cada vez mais imigrantes, porque também no concelho da Amadora o preço das casas já é um problema grave. “Uma casa na Amadora, de duas assoalhadas, é capaz de custar 600 euros. Ainda ontem tivemos um caso aqui de uma pessoa que se fartou de chorar, precisava para a prestação da casa. Não demos tudo, mas demos mais de 50%.”
Uma ajuda que, no entanto, só pode acontecer de forma esporádica. “Não temos verbas para pagar rendas de casa, mas temos para pagar e ajudar na água, na luz e nos medicamentos."
Luísa confirma que há cada vez mais imigrantes a residir na freguesia, e a pedir ajuda. “Aquilo que pedem não podemos dar, nem temos capacidade, que é casa e emprego. Alimentos não cozinhados disponibilizamos logo”, assegura.
Rosa Beirão, de 42 anos, é uma das beneficiárias do apoio da paróquia da Falagueira – onde já não mora, mas continua a ir. Estava desempregada quando, há sete anos, ali foi pedir ajuda pela primeira vez. Agora já voltou a trabalhar, mas passa grandes dificuldades. "Tenho uma penhora no ordenado, que estou a tentar resolver. Foi um crédito que eu fiz de um carro. O meu marido é o fiador, então somos os dois… Não tenho os subsídios e tudo o que eu ganho a mais, tiram. Consegui o perdão de cinco anos dos juros”, conta.