Matias lidera um grupo de fiéis que chegou a Roma para o Jubileu da Esperança e que se deparou com a “triste coincidência da morte de Francisco”. Entre quem passa por aqui, são raros os casos que viajaram até Roma a propósito da morte do Papa – quase todos vêm à boleia do ano jubilar, de férias já agendadas ou até de compromissos profissionais.
É o caso de Altineu Côrtes, deputado federal no Brasil e que está em Itália no âmbito de uma cerimónia evocativa dos 80 anos do fim da Segunda Guerra Mundial. Veio a Santa Maria Maior rezar por Francisco, um Papa a quem atribui uma série de elogios e a quem, nas entrelinhas, chama de santo.
“Deus ter escolhido recolher o Papa Francisco na Páscoa, isso tem um significado muito grande. Cristo ressuscitou e o Papa foi com ele. Quase veio buscar o Papa. Isso é muito especial”, conta-nos com a voz já a falhar, mas ainda a permitir explicar a razão para tanta comoção: trata-se de “um dos maiores entre os Papas", afirma. "Visitou mais de dez países na América Latina, foi a muitos lugares no mundo. E isso mostra atenção, mesmo com os países menores.”
Da neve se fez uma basílica
Para compreender a origem da basílica, é preciso recuar até ao século V. Por volta de 430, reza a tradição, Maria apareceu e disse que queria uma capela construída em Roma, em sua homenagem, no local onde caísse neve. O fenómeno acabou por acontecer naquela mesma praça, num mês de agosto, e o Papa à época, Cisto III, pôs logo mãos à obra.
“Se há um pedido que Maria faz num sonho, é para honrar sempre Deus, não é? Portanto, é a igreja de Santa Maria Maior – sempre para maior glória de Deus”, explica à Renascença a irmã Ana Luísa Prego, da congregação das Franciscanas Missionárias de Maria.