Princesa das Astúrias em Portugal. Imagens de uma visita para a história

Leonor de Borbón y Ortiz, herdeira ao trono de Espanha, realizou esta sexta-feira a sua primeira visita oficial ao estrangeiro e escolheu Portugal como destino.

12 jul, 2024 - 21:55 • Redação, com Lusa



Princesa Leonor das Astúrias passeia com Marcelo Rebelo de Sousa nos jardins do Palácio de Belém. Foto: Miguel A. Lopes/Lusa
Princesa Leonor das Astúrias passeia com Marcelo Rebelo de Sousa nos jardins do Palácio de Belém. Foto: Miguel A. Lopes/Lusa

Portugal foi esta sexta-feira o destino da primeira visita oficial da Princesa das Astúrias, Leonor de Borbón y Ortiz, herdeira ao trono de Espanha.

O périplo da jovem monarca durou cerca de oito horas e foi sempre acompanhada pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.

A filha mais velha do rei Filipe VI e da rainha Letizia começou por depositar uma cora de flores no túmulo do poeta Luís Vaz de Camões, no Mosteiro dos Jerónimos.

A Princesa das Astúrias foi recebida pelo Presidente da República no Palácio de Belém e condecorada com a Grã-Cruz da Ordem de Cristo.


Princesa Leonor condecorada com a Grã-Cruz da Ordem de Cristo. Foto: Miguel A. Lopes/Lusa
Princesa Leonor condecorada com a Grã-Cruz da Ordem de Cristo. Foto: Miguel A. Lopes/Lusa
Almoço em Belém durante primeira visita de Leonor a Portugal. Foto: António Cotrim/Lusa
Almoço em Belém durante primeira visita de Leonor a Portugal. Foto: António Cotrim/Lusa


Após um almoço da residência oficial do Presidente da República, Leonor e Marcelo foram visitar o Oceanário de Lisboa, na zona do Parque das Nações, último ponto da sua deslocação oficial a Portugal dedicado aos problemas ambientais.

O Presidente da República pediu ação urgente em relação aos oceanos, alertando para o risco de se falhar as metas fixadas para 2030, durante uma visita ao Oceanário de Lisboa com a princesa Leonor de Espanha. "Temos de recuperar", afirmou Marcelo Rebelo de Sousa.

"É muito urgente. Caso contrário, não iremos cumprir os objetivos de 2030 nos oceanos, mas também nas alterações climáticas. Portanto, temos de nos apressar", acrescentou.

À saída do Oceanário, na despedida da herdeira da coroa espanhola, o chefe de Estado pôs um grupo de crianças a gritar "Portugal, Espanha".

Durante esta visita, os dois tiveram um encontro com o administrador executivo da Fundação Oceano Azul, Tiago Pitta e Cunha, e alguns jovens cientistas que trabalham para esta instituição, ligada à Fundação Francisco Manuel dos Santos, à qual foi atribuída em 2015 a concessão do Oceanário de Lisboa por um período de 30 anos.


Princesa Leonor das Astúrias com Marcelo Rebelo de Sousa no Oceanário de Lisboa. Foto: António Cotrim/Lusa
Princesa Leonor das Astúrias com Marcelo Rebelo de Sousa no Oceanário de Lisboa. Foto: António Cotrim/Lusa

Sobre os oceanos, falando em inglês, a princesa das Astúrias disse que se está "a tentar ter mais consciência da gravidade e da urgência da situação" e perguntou pelo trabalho e impacto 'startups' e inovações em biotecnologia.

Marcelo Rebelo de Sousa fez uma curta intervenção, a seguir, também em inglês, em que apontou uma diferença entre "o modo como o mundo está a reagir em relação às alterações climáticas, muito rapidamente, e o modo como está a reagir em relação aos oceanos".

Na sua opinião, falta compreensão sobre a ligação entre as alterações climáticas e os oceanos, em termos gerais, e "mesmo quando compreendem que há uma ligação, veem um problema como urgente e o outro como ainda não tão urgente como o primeiro".

O Presidente da República notou que "a primeira luta começou cedo, a segunda um pouco tarde" e apelou: "Mas temos de recuperar".


Herdeira do trono espanhol tira fotografias com jovens junto ao Oceanário. Foto: António Cotrim/Lusa
Herdeira do trono espanhol tira fotografias com jovens junto ao Oceanário. Foto: António Cotrim/Lusa
Leonor ouve explicações sobre os pinguins no Oceanário de Lisboa. Foto: António Cotrim/Lusa
Leonor ouve explicações sobre os pinguins no Oceanário de Lisboa. Foto: António Cotrim/Lusa


"Temos de nos apressar, nós, sobretudo os políticos e aqueles que de algum modo são líderes nos nossos países: jovens, mais velhos, na academia, na investigação, instituições, mas também nos meios de comunicação. Porque estamos a perder terreno. Estamos muito bem comparando com o que acontecia há cinco, dez, quinze anos, mas não é o suficiente", considerou.

Tiago Pitta e Cunha concordou que é preciso "tomar decisões o mais rápido possível".

Segundo o especialista em assuntos do mar, distinguido com o Prémio Pessoa 2021, há "uma falta de liderança para a agenda dos oceanos", também porque "grande parte dos oceanos não pertence a nenhum país".

Pitta e Cunha deu como exemplo a temperatura dos oceanos, que "não era um assunto há dez anos", e que, "especialmente nos últimos cinco anos, começaram a aquecer meio grau por ano, o que está a deixar os cientistas muito assustados".

"Sabemos o preço a pagar, sabemos que o anormal se está a tornar o novo normal. Aqui em Lisboa, por exemplo, estamos a começar a ter uma época de furações no outono, que era sempre do outro lado do Atlântico, e agora também a temos aqui, no fim de setembro, outubro", referiu. "É preciso liderança", insistiu.


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