27 jun, 2015 • Paulo Pinto
O presidente do Eurogrupo, Joeren Djisselbloem, espera que o Parlamento grego rejeite o referendo proposto pelo governo liderado pelo Syriza.
Esta noite, depois da segunda reunião do Eurogrupo, já sem o ministro grego das Finanças, Yanis Varoufakis, os países membros da moeda única discutiram os passos a dar depois de recusarem o pedido de Atenas de prolongar o actual programa, permitindo a consulta popular.
Joeren Djisselbloem reafirmou que a decisão de abandonar as negociações foi das autoridades helénicas e que o Eurogrupo mantém a disponibilidade para negociar. No entanto, diz, esperar contudo, que o Parlamento de Atenas não aprove a realização do referendo às propostas dos credores.
“As negociações não tinham terminado. A decisão de dizer ‘acabou, isto não é suficientemente bom’, foi intempestiva. Por isso, a questão é, porque haveríamos de dar mais tempo? Se o Governo grego dissesse que era muito difícil, que colocaria a questão em referendo e esperaria o resultado, e se o tivessem feito mais cedo teria sido mais fácil. Se colocassem a questão ao eleitorado de forma positiva, poderia ter sido mais fácil”, começou por dizer o líder do Eurogrupo.
O mesmo Djisselbloem acrescentou logo de seguida: “Mas acabaram com as negociações quando ainda estavam a decorrer, enquanto ainda havia tempo, e decidiram seguir com um conselho negativo ao eleitorado. A única hipótese que vejo é que o parlamento grego ainda tem de tomar uma posição prudente sobre isso e espero que possa levar a uma situação política diferente, mas vamos ter de esperar”.
O presidente do Eurogrupo garantiu que não foi discutida uma saída da Grécia do euro insistindo, por diversas vezes, que Atenas continua na moeda única.
Também a ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque, garantiu que uma saída não esteve em cima da mesa. Isto apesar de assumir que é uma situação nunca antes vivida.
Já quanto a risco de contágio da crise grega, Maria Luís Albuquerque assumiu que a questão foi discutida em termos gerais e quanto a Portugal a ministra garante que está mais bem preparado.
