14 jul, 2014 • Daniel Rosário
Esta semana representa um momento decisivo na clarificação da distribuição dos principais cargos institucionais da União Europeia nos próximos cinco anos.
Amanhã, Jean-Claude Juncker irá a votos no Parlamento Europeu para garantir a sua eleição na presidência da Comissão Europeia.
O luxemburguês foi designado pelos Governos da União para suceder a Durão Barroso, num processo inédito decidido através de uma votação que deixou o Reino Unido e a Hungria isolados perante os outros 26 Estados-membros.
Além de intensos contactos de bastidores, o voto de amanhã foi preparado na semana passada, no decorrer de reuniões mantidas pelo candidato com todas as famílias políticas do Parlamento Europeu.
Juncker precisa do apoio de, pelo menos, metade dos membros do Parlamento, ou seja 376 eurodeputados. O que o obriga a garantir apoio fora da sua família política, o Partido Popular Europeu, e “pescar” nas águas socialistas, mas também liberais e ecologistas.
A fasquia foi fixada por Martin Schulz, quando foi recentemente eleito presidente do PE com 409 votos.
À partida não haverá surpresas. O acordo entre grupos que elegeu Schulz também funcionará para Juncker. E as audições da semana passada correram de feição às suas ambições.
No entanto, a escolha dos deputados é secreta e o ex-Primeiro-ministro do Luxemburgo só poderá respirar de alívio depois do voto marcado para pouco depois do meio-dia de amanhã, em Estrasburgo.
No dia seguinte, quarta-feira, é a vez dos líderes dos 28 voltarem a juntar-se à volta da mesa para uma cimeira informal, em Bruxelas.
O objectivo é, uma vez fechado o processo de escolha do presidente da Comissão, avançar na definição dos nomes para os demais postos, tendo em conta critérios políticos, geográficos e de género.
Por definir estão os nomes do presidente do Conselho Europeu e do Alto Representante da União para a Política Externa. A ocasião deverá igualmente ser aproveitada para encontrar o próximo presidente do Eurogrupo. O mais provável é que as grandes famílias políticas, o PPE de centro-direita e o PSE de centro-esquerda, repartam entre si estas responsabilidades.
Além disso, Juncker quer que os líderes dos 28 aproveitem a ocasião para lhe apresentar os 27 nomes com que irá formar o seu colégio de comissários. E é neste contexto que se espera que Pedro Passos Coelho clarifique as suas intenções em relação ao comissário português que integrará a próxima Comissão Europeia.