10 out, 2012 • Raquel Abecasis
Ramalho Eanes diz, em entrevista ao programa Terça à Noite, da Renascença, que “um país que se preza e está preocupado com a unidade do seu povo” não deixa que os seus cidadãos fiquem completamente desapoiados pelo Estado, porque isso “põe em causa a unidade do país”.
O ex-Presidente da República salienta ainda que “quando não há unidade num país, os homens passam muito rapidamente da resignação à indignação e a indignação é a mãe de todos os disparates”, acrescentou.
Nesta entrevista, Ramalho Eanes diz também que a Igreja católica devia neste momento ter “uma voz mais activa”, porque quando alguns dos “filhos de Deus e nossos irmãos estão em grande sofrimento a Igreja deve fazer ouvir a sua voz”.
Eanes defende grupo de sábios para fornecer soluções aos partidos
Ramalho Eanes sugere que seja criado um “grupo de sábios”, que inclua pessoas como Silva Lopes e Bagão Félix, para apresentarem aos partidos “um projecto de pacto de crescimento e de estado” que possa reunir o mínimo de consenso em torno do qual se possam realizar as reformas necessárias no país.
Eanes considera impensável que se venha a abrir uma crise política, mas diz também que “em situações de emergência não pode haver tabus”, por isso não rejeita uma solução à Italiana, embora sublinhe que o melhor é a estabilidade em torno deste Governo.