China quer abordagem mais “simpática” para política do filho único

01 mar, 2012

Slogans como “Se não fores esterilizado, demolimos-te a casa” vão deixar de ser utilizados, mas política do filho único mantém-se.

China quer abordagem mais “simpática” para política do filho único
O Governo chinês quer alterar a abordagem agressiva usada em muitos locais para promover a política do filho único que vigora no país.

Algumas frases usadas actualmente são demasiado violentas, consideram as autoridades, que garantem que a política se vai manter, mas que a retórica passará a ser mais “simpática”.

“Se não fores esterilizado, demolimos-te a casa” é apenas um exemplo do tom que o partido comunista quer abandonar. Outro slogan criticado no ‘Diário do Povo’, órgão oficial do partido, é: “Se não obedeces à regra, mata toda a tua família”.

O jornal chega mesmo a descrever algumas das frases como “assustadoras”, por exemplo: “Se escapares [à esterilização], vamos encontrar-te. Se te quiseres enforcar, damos-te a corda”.

A política do filho único está em vigor desde 1979 e afecta actualmente cerca de 40% da população. Minorias étnicas, habitantes de zonas rurais e adultos que não tenham irmãos estão isentos, bem como os residentes de Hong Kong e de Macau.

A regra é aplicada com recurso à esterilização e ao aborto, nalguns casos forçados. Para além das naturais preocupações éticas e de direitos humanos, a política do filho único é também responsável por ter criado um perigoso desequilíbrio entre homens e mulheres. Como muitos dos casais abrangidos preferem ter apenas um filho varão as bebés do sexo feminino são frequentemente abortadas ou deixadas ao abandono depois de nascer. O infanticídio também é um problema crescente.

Esta é uma das questões que as autoridades pretendem enfrentar com a nova abordagem à política. Frases como “Cuidar da menina é cuidar do futuro da nação” pretendem encorajar os casais a aceitar as suas filhas.