01 ago, 2013 • Ecclesia
O Papa ofereceu 20 mil euros aos moradores da favela de Varginha, localizada no Complexo de Manguinhos, no Rio de Janeiro, que visitou há uma semana, no Brasil.
O coordenador da Pastoral das Favelas na Arquidiocese do Rio, monsenhor Luiz Antônio Lopes, explicou à Rádio Catedral que, no imediato, o dinheiro será investido em diálogo: “O dinheiro vai chegar até às mãos da Igreja e, através de reuniões com a comunidade católica do local e com as lideranças, vamos decidir o que será melhor para a comunidade”.
O sacerdote apresenta como hipóteses a construção de uma creche ou obras para a melhoria do saneamento básico. “Isso irá beneficiar todos mais do que fazer um monumento”, justificou.
Monsenhor Luiz Lopes recordou que, em 1980, João Paulo II visitou a favela do Vidigal e deixou como presente um anel: o gesto teve um simbolismo tão forte que a peça não foi vendida e ficou exposta no Museu de Arte Sacra.
Na sua passagem pela Varginha, onde visitou a casa de uma família local, Francisco lançou um apelo à superação das “intoleráveis desigualdades” sociais e económicas e da “cultura do descartável”.
“Ninguém pode permanecer insensível às desigualdades que ainda existem no mundo”, disse, no campo de futebol da comunidade local, perante milhares de pessoas.
O Papa, num registo bem humorado, justificou a visita à favela com a vontade de “bater em cada porta, dizer ‘bom dia’, pedir um copo de água fresca, beber um ‘cafezinho’ - não um copo de cachaça... -, falar como a amigos de casa, ouvir o coração de cada um, dos pais, dos filhos, dos avós”.