Aos 102 anos recebeu aquilo que os nazis lhe tentaram negar
11 jun, 2015
Leis antijudaicas impediram médica de fazer a defesa da tese de doutoramento. Conseguiu-o, aos 102 anos.
Uma médica de 102 anos recebeu, terça-feira, o seu diploma de doutoramento, 77 anos depois de ter entregado a sua tese na universidade.
Ingeborg Syllm-Rapoport é neonatalogista e em 1938 fez uma tese de doutoramento sobre difteria que submeteu à universidade de Hamburg-Eppendorf.
Contudo, as leis antijudaicas aprovadas pelo regime nazi impediram-na de fazer a defesa da tese.
Décadas mais tarde, quando responsáveis da universidade se aperceberam do caso e souberam que a ex-aluna ainda estava viva, convidaram-na a regressar para defender o trabalho.
Com ajuda de amigos a médica, cuja visão já não é o que era, pesquisou as mais recentes investigações sobre o assunto e o resultado foi a obtenção do diploma.
"Estava muito entusiasmada durante o exame, mas podia ter feito melhor. Se ao menos fosse um bocado mais nova", confessou Syllm-Rapoport. Contudo, afirmou, em declarações ao jornal "USA Today", que não deixava de se sentir orgulhosa e contente, mas que "é uma homenagem àqueles que não chegaram a este ponto".