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Começou o protesto. Linha Saúde 24 assegurada por supervisores

04 jan, 2014

Trabalhadores contestam os despedimentos em curso, considerados uma retaliação da empresa contra quem não aceitou a redução salarial para menos de cinco euros à hora. Em linha estão também poucos enfermeiros que decidiram não aderir ao protesto.

Era um protesto que se anunciava e que hoje foi posto em prática este sábado de manhã. Os enfermeiros da Linha Saúde 24 pararam o serviço e concentram-se à porta dos centros de atendimento de Lisboa e Porto.

O atendimento das chamadas está a ser assegurado apenas pelos supervisores de serviço, segundo afirmou um dos funcionários à agência Lusa, e pelos trabalhadores que decidiram não aderir ao protesto. No turno da manhã, eram quatro. O protesto começou às 8h00 e deve durar 24 horas.

Os trabalhadores contestam os despedimentos em curso, considerados uma retaliação da empresa contra quem não aceitou a redução salarial. A administração quer baixar os salários para menos de cinco euros à hora e encetou um período negocial, que, segundo os enfermeiros, “tem sido acompanhado por acções que o contradizem”.

Foi iniciado um processo de recrutamento de novos enfermeiros e manteve-se a pressão sobre cada um dos trabalhadores para assinar a alteração salarial.

Os enfermeiros exigem, por outro lado, um contrato de trabalho, em vez do ilegal falso recibo verde.

Segundo Tiago Pinheiro, um dos funcionários que se encontra concentrado à porta do centro de atendimento de Lisboa, o serviço da Linha Saúde 24 costuma ser assegurado por, "pelo menos, 20 pessoas", mas tem neste momento "três a quatro supervisores", o que representa "menos de um quinto do que é normal".

“Houve, por parte da administração, uma tentativa de que as pessoas da noite não saíssem de manhã, mas já saíram todos", afirmou ainda, sublinhando que os supervisores nunca fazem o serviço de atendimento de chamadas.

Nesta altura do ano, adianta, a Linha Saúde 24 recebe uma média diária de mais de três mil chamadas telefónicas.

Segundo Tiago Pinheiro, nos últimos dois dias seis funcionários receberam cartas com aviso de recepção de despedimento e outros esperam ainda recebê-las, uma vez que os seus nomes deixaram de constar das escalas de serviço.

Num comunicado, os trabalhadores queixam-se de ter demonstrado abertura para o diálogo e de ter recebido como resposta da concessionária "a retaliação, juntando mais ilegalidade à ilegalidade".

Os trabalhadores da Linha Saúde 24 vão ficar concentrados em frente aos call centers de Lisboa e do Porto até meio da manhã e voltam depois a concentrar-se às 17h00.