Linha Saúde 24 pede investigação a chamadas falsas em dia de protesto
15 jan, 2014
Segundo a empresa, o volume anormal de chamadas falsas e anónimas ocorreu no dia em que cerca de metade dos trabalhadores não compareceu ao trabalho, em protesto contra a redução do valor pago por hora.
A empresa que gere a Linha Saúde 24 anunciou esta quarta-feira que vai recorrer às autoridades judiciais para apurar os responsáveis pelas chamadas falsas recebidas no dia em que vários enfermeiros não trabalharam como forma de protesto.
Num comunicado divulgado esta quarta-feira, a empresa diz que no dia 4 de Janeiro as chamadas falsas e os contactos anónimos para a Linha representaram 15,7% do total das chamadas recebidas, o que deu origem "a tempos de espera anormalmente elevados".
A administração da Linha encara este episódio como um "ataque", sublinhando a "gravidade da situação", e afirma que vai promover as "medidas adequadas" junto do Ministério da Saúde e das ordens profissionais "por eventual violação dos códigos deontológicos e de conduta profissional".
"Serão igualmente desenvolvidas acções junto das autoridades judiciais para aferir as respectivas responsabilidades face a estes actos [chamadas falsas e anónimas]", refere o esclarecimento da empresa.
Este volume anormal de chamadas falsas e anónimas ocorreu
no dia em que cerca de metade dos trabalhadores da Linha não compareceu ao trabalho, em protesto contra a redução do valor pago por hora.
Na origem do diferendo entre os trabalhadores e a empresa está a intenção de reduzir o valor pago por hora, que passaria a rondar os quatro ou cinco euros líquidos por hora.
No comunicado divulgado esta quarta-feira, a administração da Linha lembra que se encontra em diálogo com o Sindicato dos Enfermeiros Portugueses desde 23 de Dezembro e que das reuniões resultou um conjunto de propostas que serão discutidas com os enfermeiros.
À Renascença, o administrador da empresa LCS, empresa que gere a Linha Saúde 24, justificou os cortes nos salários dos enfermeiros daquele serviço com o facto de o Estado ter reduzido o valor pago por cada chamada recebida.“Face ao novo contrato que o Estado pôs a concurso e que obriga a uma redução do valor das chamadas na ordem dos 70%, em relação ao valor original que a LCS tinha, a LCS vai ter que fazer alguns ajustamentos do lado da despesa”, explicou à Renascença.