No início de fevereiro, o Tribunal da Relação de Coimbra decidiu reduzir a pena de prisão do antigo presidente da Câmara de Pedrógão Grande, Valdemar Alves, de sete para cinco anos de prisão, sendo esta suspensa na sua execução pelo mesmo período.
O MP justifica a nulidade do acórdão também com a "omissão de indicação e análise crítica da prova documental" e "omissão de apreciação crítica do teor das declarações prestadas pelos arguidos em sede de inquérito".
A Associação de Vítimas do Incêndio de Pedrógão Grande enviou uma carta à Procuradora-Geral da República, assumindo que "a Justiça ainda está por vir". "Não há indemnização que pague a perda, a ausência, a dor, o sofrimento e o luto feito de saudade, que não deveria ser certamente de sentimento de impunidade."
Perante a absolvição dos 11 arguidos no processo para apurar eventuais responsabilidades criminais nos incêndios de junho de 2017, fica a dúvida: teriam as pessoas saído de casa, se tivesse havido limpeza dos terrenos? ""Para o passado, só quero olhar para perceber que tudo falhou num país a 17 de junho de 2017 e espero que, no futuro, não falhe tudo. Essa é a grande dor dos familiares das vítimas", lamenta Dina Duarte.
Valdemar Alves foi absolvido esta tarde, no julgamento a propósito dos incêndios de Pedrógão Grande, em 2017. O antigo autarca era acusado de sete crimes de homicídio e quatro de ofensa à integridade física, todos por negligência.