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D. Manuel Martins. A luta pela liberdade "imortaliza” Mário Soares

09 jan, 2017 - 14:59 • Ângela Roque

O bispo emérito de Setúbal recorda, em declarações à Renascença, o episódio em que Soares negou que houvesse situações de fome na diocese, após uma denúncia de D. Manuel Martins.

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O bispo emérito de Setúbal, D. Manuel Martins, considera que o combate de Mário Soares pela "restituição da liberdade ao povo português é uma parte que o imortaliza".

“A liberdade é o dom mais precioso que nos é concedido, Deus criou-nos livres e a liberdade confunde-se com a nossa própria identidade”, argumenta o bispo emérito de Setúbal, em declarações à Renascença.

"Ele restituiu-nos a liberdade, a nós, aos cidadãos. Portanto são muito justas todas estas honras que estão a prestar ao presidente Mário Soares, às quais me associo de alma e coração”, disse ainda D. Manuel, lembrando, também, que o ex-Presidente “lutou pela liberdade do povo português", numa época em que "sabemos as condições em que vivia o povo português".

D. Manuel Martins não esquece os erros que Soares também cometeu: "Acontece isso com toda a gente, qualquer que seja o lugar que ocupa: há pontos menos fortes, algumas fragilidades, mas a parte substantiva da restituição da liberdade ao povo português é uma parte que o imortaliza.”

O bispo emérito de Setúbal recorda, entre os vários momentos em que não concordou com Mário Soares, aquele em que o então primeiro-ministro negou publicamente que houvesse fome em Portugal e, especificamente, em Setúbal, depois de o bispo ter denunciado essa realidade indesmentível.

D. Manuel lembra que, anos depois, já como Presidente da República, Soares foi capaz de reconhecer publicamente a importância da luta que D. Manuel, como bispo, tinha desencadeado na diocese: “Ele era Presidente da República, a crise maior já tinha passado, eu era bispo. Houve a inauguração de um lar do Sindicato dos Bancários do Sul e ele passou parte do seu discurso a elogiar o bispo de Setúbal, [afirmando] que não queria perder a ocasião de homenagear o bispo pela acção que tinha realizado e ia realizando na diocese, acrescentando que todas as chamadas de atenção que eu ia fazendo no exercício da minha missão foram todas muito certeiras."

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  • Indignado
    09 jan, 2017 Tomar 19:34
    Eh, eh, eh... só cá faltava a opinião do bispo vermelho de Setúbal, que em 1998, foi o convidado de honra na comemoração do 25 de Abril pelos estalinista almadenses. O irónico, é que aquando da grande miséria nacional durante o último governo do vermelho em causa (1984-85), e havendo muita fome na zona de Setúbal, que foi aliviada com a ajuda deste sacerdote, honra lhe seja feita, ele fartou-se de dizer cobras e lagartos do MSoares..., agora, parece já ter esquecido o sofrimento dos portugueses naquele tempo..., e que continua!

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