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“Morabeza”. Cabo Verde dá as boas-vindas à literatura

08 mar, 2017 - 07:10

Cabo Verde vai promover, no final do ano, o primeiro festival literário na cidade da Praia. Nesta altura, estão a ser fechados os convites a autores como Mia Couto, José Eduardo Agualusa e Pedro Juan Gutierrez.

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Em Macau, num lugar bem distante de Cabo Verde mas com o património da língua portuguesa em comum, o ministro da Cultura cabo-verdiano, Abraão Vicente, confirma que o Governo está a trabalhar na organização do primeiro Festival Literário de Cabo Verde.

Abraão Vicente, que conversou com a Renascença antes da sessão em que ia participar no festival de Macau Rota das Letras, explica que o evento que preparam para a cidade da Praia vai ter um nome muito cabo-verdiano.

“Vai chamar-se Morabeza, que é uma palavra muito típica nossa para expressar a arte de bem receber. É um país de portas abertas também para a literatura”, explica orgulhoso.

O responsável pela Cultura é também escritor e está empenhado em pôr de pé o festival, que terá como convidados nomes como Germano Almeida, o autor cabo-verdiano com maior projecção e reconhecimento em Portugal, mas também outros escritores das ilhas africanas.

O ministro fala em outras “referências”, nomeadamente José Luís Tavares, José Luís Hopffer Almada, Fátima Bettencourt e Vera Duarte. Mas a este elenco, Abraão Vicente quer juntar outros nomes de projecção internacional e está a fechar os convites ao moçambicano Mia Couto, ao angolano José Eduardo Agualusa e ao cubano Pedro Juan Gutiérrez.

O Morabeza, que terá lugar na cidade da Praia na última semana de Outubro e na primeira de Novembro, inaugurou já este ano uma parceria com o Festival Literário de Macau Rota das Letras. O acordo prevê que, todos os anos, um autor de Macau vá ao festival Morabeza e vice-versa. Os dois festivais com expressão lusófona ficam assim unidos.

Além de ministro da Cultura, Abraão Vicente é responsável pelas Indústrias Criativas. Talvez por isso aposta na indústria cultural que representa o Festival Morabeza.

“O festival nasce dessa ideia de confirmar a plataforma de negócio que é a língua portuguesa. Temos um mercado extraordinário, porque temos Brasil, Angola, Moçambique, Macau – que faz uma ponte com a China – e por temos Portugal como um parceiro de sempre. Por isso, a ideia do português é transversal a todo o festival e convites que iremos fazer”, adianta à Renascença.

Comentários
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  • Augusto Saraiva
    08 mar, 2017 Maia 08:35
    Espero bem que este encontro clarifique o pensamento dos 'iluminados' que querem impor o crioulo nas escolas...

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