06 abr, 2017 - 07:26
Mais de 200 moradores de Carnide, em Lisboa, arrancaram sete parquímetros da EMEL que foram instalados pela Câmara de Lisboa naquela freguesia.
A acção de protesto teve lugar quarta-feira à noite. O presidente da Junta de Freguesia de Carnide disse que esta "acção popular" nasceu de forma espontânea entre os moradores da zona, que se sentem injustiçados com a colocação dos parquímetros por parte da EMEL - Empresa Municipal de Mobilidade e Estacionamento de Lisboa.
O que justifica esta acção? "O facto de não ter havido consulta prévia, o facto de existir uma política de imposição dos parquímetros à população - quando existia uma petição de 2.500 assinaturas contra a entrada da EMEL -, e o facto de não terem sido cumpridos pela Câmara um conjunto de compromissos: a construção de um parque para 200 lugares e a requalificação das ruas adjacentes", explicou à Renascença Fábio Martins de Sousa.
Já a EMEL diz que população de Carnide sabia dos parquímetros e que a junta não se mostrou contra.
Quando estava a "defender o interesse superior da população", o autarca também foi identificado pela PSP.
Onde estavam os parquímetros estão agora sete pequenas crateras, constatou a Renascença no local. Os parquímetros devem ser devolvidos esta quinta-feira à câmara pelas 18h00.
O autarca de Carnide quer mesmo que o presidente da Câmara, Fernando Medina, assine um documento que comprove que recebeu, em bom estado, os sete aparelhos.
Cerca das 00h00, o presidente da Junta de Carnide disse que já tinham sido retirados quatro dos sete parquímetros da zona histórica, mas garantindo que não foram danificados nem vandalizados, já que estes cidadãos em protesto "são pessoas de bem" que apenas querem fazer valer os seus direitos nas decisões para a zona onde habitam.
Confrontado sobre se esta acção poderia representar um crime, Fábio de Sousa disse entender que não. "Claro que não é normal alegar-se qualquer atentado ao património público, pois não foi nada disso que aconteceu: os parquímetros não estão vandalizados, simplesmente serão mais úteis noutros locais".