08 ago, 2018 - 09:48
A plataforma eletrónica de arrendamento de casas Airbnb suspendeu um concurso que oferecia uma noite numa atalaia da Grande Muralha, o símbolo mais expressivo da China, devido às críticas dos internautas chineses, que temiam danos.
Segundo a imprensa local, a empresa informou que não avançará com o seu plano original de oferecer a oito vencedores de um concurso uma noite numa das maiores maravilhas da arquitetura antiga, considerada património da humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO).
O concurso, designado Noite na Grande Muralha, foi permitido pelas autoridades chinesas, assegura a Airbnb, mas suscitou críticas entre a opinião pública chinesa.
"A Grande Muralha é património histórico sob proteção, como é possível que permitam a sua conversão para alojamento", reagiu um internauta na rede social Weibo, equivalente ao Twitter na China. "Agora, até relíquias antigas podem ser alugadas para ganhar dinheiro", questionou outro.
O alojamento envolvia a conversão de uma atalaia - uma torre de vigia - da Grande Muralha, monumento com 2.600 anos, em dupla habitação, com cama, decoração e iluminação por velas, mas sem eletricidade, ligação à internet, ar condicionado ou televisão.
Não é proibido pernoitar na Grande Muralha, mas leis que visam a proteção e conservação do monumento, que se estende ao longo de 21.000 quilómetros, proíbem a construção de instalações que não sejam para a conservação deste.