05 set, 2018 - 13:53
A primeira-ministra britânica, Theresa May, afirmou esta quarta-feira no parlamento que estava certa quando, em março deste ano, disse que os ataques de Salisbury foram realizados a mando do estado russo. A líder conservadora afirmou ainda que as descobertas agora reveladas reforçam a legitimidade para retaliar contra a Rússia.
E acrescentou que, neste momento, pode afirmar que os dois suspeitos do ataque são oficiais dos serviços de inteligência militar da Rússia, também conhecidos como GRU.
May mostrou-se quase completamente certa de que a operação que visava envenenar o ex-expião Skripal e a filha, com o agente nervoso Novichok, não foi apenas validada ao nível dos serviços de inteligência, mas também pela hierarquia do governo liderado por Vladimir Putin.
“O GRU são uma estrutura muito disciplinada e esta não foi uma operação realizada sem autorização governamental”, salientou May.
A líder conservadora diz que estes dados fazem com que o “ataque de Salisbury legitime uma retaliação contra a Rússia por parte dos aliados do Reino Unido”.
Estas informações, para May, são reveladoras da natureza da ameaça que o GRU representa para o Reino Unido, para os aliados e para todos os cidadãos.
Alexander Petrov e Ruslan Boshirov, os dois suspeitos de envenenar os Skripal estão ainda indiciados do uso e posse de substâncias químicas ilegais, cuja origem as autoridades britânicas atribuem à Rússia, onde o agente neurotóxico foi desenvolvido, no âmbito de um programa militar nos anos 1970.
Os dois operacionais são agora também os principais suspeitos do envenenamento Dawn Sturgess e Charlie Rowley.
Se saírem da Rússia, os dois podem vir a ser detidos e julgados pelo crime homicídio. O alerta de mandado de captura internacional será emitido em breve.
May reforçou que o Reino Unido e os aliados vão reforçar o esforço coletivo para combater esta ameaça, e que irá colocar em marcha um plano para disponibilizar todos os meios para combater os serviços de inteligência russos.
A primeira-ministra britânica afirmou que não pode haver lugar para o tipo de “atos bárbaros” como o que aconteceu em Salisbury.