07 jan, 2025 - 07:15 • Redação com Lusa
O número de mortos causado pelo terramoto que atingiu esta terça-feira a cordilheira dos Himalaias subiu para 126 no Tibete, no sudoeste da China, de acordo com informações da agência de notícias chinesa Xinhua, citada pela Reuters.
Segundo a mesma fonte, 188 outras pessoas ficaram feridas.
O balanço inicial começou por dar conta de nove mortos e o desabamento de "muitos edifícios perto do epicentro".
Cerca de 1.500 bombeiros e equipas de salvamento foram destacados para procurar pessoas nos escombros, informou o Ministério da Gestão de Emergências da China.
O terramoto, cuja magnitude foi avaliada em 6,8 na escala de Richter, teve como epicentro o condado de Dingri, a cerca de 75 quilómetros a nordeste do Monte Evereste, e foi registado às 09h05 locais (01h05 em Lisboa).
Já o Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS, na sigla em inglês), que avalia os sismos a nível mundial, disse ter registado um abalo de magnitude 7,1 na escala de Richter na zona dos Himalaias.
A zona do epicentro é onde as placas da Índia e da Eurásia chocam e causam elevações nas montanhas dos Himalaias suficientemente fortes para alterar a altura de alguns dos picos mais altos do mundo.
Segundo o Centro de Redes de Terramotos da China, a altitude média na área em torno do epicentro é de cerca de 4.200 metros.
A televisão estatal CCTV revelou que há algumas comunidades dentro de um raio de cinco quilómetros do epicentro, que está a 380 quilómetros de Lhasa, a capital do Tibete, e a cerca de 23 quilómetros da segunda maior cidade da região, Shigatse, conhecida como Xigaze em chinês.
De acordo com o USGS, o epicentro do sismo ocorreu numa zona desértica do Tibete, a 93 quilómetros da cidade de Lobuche, no nordeste do vizinho Nepal.
No século passado, registaram-se dez sismos de pelo menos seis graus de magnitude na zona onde ocorreu o terramoto desta terça-feira, de acordo com o USGS.
O sismo foi sentido também na capital do Nepal, Katmandu, a mais de 200 quilómetros do epicentro, mas sem registo até ao momento de danos significativos ou feridos.
Dalai Lama, líder religioso tibetano, já manifestou pesar pelo forte terramoto.
"Estou profundamente triste com o terramoto devastador que atingiu Dingri, no Tibete, e as áreas circundantes hoje de manhã", escreveu o líder político e espiritual dos tibetanos no exílio, num comunicado divulgado pelo seu gabinete.
"[O sismo] causou a trágica perda de muitas vidas, muitos feridos e a destruição de muitas casas e propriedades. Ofereço as minhas orações a todos aqueles que perderam a vida e desejo uma rápida recuperação a todos os que ficaram feridos", acrescentou o Dalai Lama.
Atualmente com 89 anos, o Dalai Lama deixou Lhasa, capital do Tibete, em 1959, oito anos depois de a China ter recuperado o controlo total desta região, até então largamente autónoma.
Desde então, o líder espiritual budista viveu no exílio na Índia e nunca mais regressou ao Tibete.
Renunciou formalmente ao cargo de líder político do seu povo em 2011, entregando o poder secular a um governo democraticamente escolhido por cerca de 130 mil tibetanos de todo o mundo.
Também buma curta mensagem dirigida ao homólogo chinês, Xi Jinping, o Presidente russo, Vladimir Putin afirmou que a Rússia "partilha a dor" da China após o forte e mortal sismo.
"A Rússia partilha a dor daqueles que perderam entes queridos e amigos devido a esta catástrofe natural", afirmou Putin, apresentando "sinceras condolências a Xi Jinping pelas "trágicas consequências" do terramoto.
[notícia atualizada às 15h01 com novo balanço de mortos e feridos]