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Quantos reféns portugueses continuam em Gaza?

15 jan, 2025 - 23:00 • Catarina Santos

Haverá pelo menos seis homens com ligações a Portugal que permanecem em cativeiro em Gaza. Dois têm mais de 50 anos e poderão estar entre os 33 reféns que deverão ser libertados no âmbito do acordo de cessar-fogo anunciado esta quarta-feira.

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Serão pelo menos seis, todos homens, os reféns com ligações a Portugal que permanecem nas mãos do Hamas: Or Levy (34 anos), Ofer Kalderon (54 anos), Tsachi Idan (50 anos), Omer Shem Tov (22 anos), Omri Miran (47 anos) e Segev Kalfon (26 anos).

Todos estes nomes estarão entre as 94 pessoas que se acredita estarem ainda em cativeiro em Gaza e constam em listas de cidadãos divulgadas pela Embaixada de Israel em Portugal no último ano, sempre que delegações de familiares de reféns se deslocaram a Lisboa.

Mas os números são variáveis, dependendo da entidade que os cita. Em junho, o ministro dos Negócios Estrangeiros português apontava dois portugueses entre os reféns. A Renascença questionou há meses o Ministério da Justiça, que tem na sua dependência o Instituto de Registos e Notariado, sobre quais os reféns israelitas que têm efetivamente nacionalidade portuguesa e quais têm o processo ainda a decorrer, mas não obteve ainda resposta.

A 13 de setembro de 2024, a Embaixada de Israel publicava no "X" que eram oito os reféns os reféns “com ligações familiares a Portugal”, mas não contabilizava ainda a morte de Yossi Sharabi, confirmada há um ano, e incluía ainda o nome de Idan Shtivi, cuja morte se confirmou em outubro.

Das 251 pessoas que o Hamas sequestrou a 7 de outubro de 2023, Israel acredita que apenas 60 reféns estarão vivos.

Entre os cidadãos que pediram a nacionalidade portuguesa ou que já a tinham obtido, há pelo menos cinco cuja morte foi confirmada ao longo destes 466 dias de guerra. A notícia da morte de Idan Shtivi, de 28 anos, chegou no dia do primeiro aniversário dos ataques do Hamas, a 7 de outubro de 2024.

Antes, em maio, tinha sido confirmada a norte de Dror Or, de 49 anos, e há um ano, em janeiro de 2024, era anunciada pelo Hamas a morte Yossi Sharabi, de 53 anos. O grupo extremista alegava que Yossi tinha morrido na sequência de um ataque das Forças de Defesa de Israel (IDF).

Os corpos destes três homens permanecem em Gaza.

Há outros dois cidadãos com ligações a Portugal que morreram em consequência dos ataques do Hamas: Moshe Saadyan, morto no Nova Festival, cuja morte foi confirmada em abril, e Tomer Ahimas, de 20 anos, cujo corpo recuperado em julho.

Na primeira entrega de reféns, em novembro de 2023, foi libertada Adina Moshe, então com 72 anos, que tem cidadania portuguesa.

Acordo prevê libertação de 33 reféns

O cessar-fogo entre Hamas e Israel foi confirmado esta quarta-feira e deverá iniciar-se no domingo, 19 de janeiro. Será dividido em três fases.

O anúncio foi feito pelo primeiro-ministro do Qatar. Mohammed Al-Thani, um dos mediadores das negociações, esclareceu que a primeira fase será de 42 dias e, durante esse período, serão libertados 33 reféns pelo Hamas.

Em troca, Israel irá libertar um número ainda não determinado de prisioneiros palestinianos.

Segundo a agência Reuters, uma das exigências estipuladas no acordo é que estes reféns sejam libertados pelo Hamas num prazo de seis semanas, com, pelo menos, três reféns a cada semana.

Ruas de Gaza e Israel festejam acordo. "Deus queira que dure para sempre"
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Nesta primeira fase do acordo, deverão ser libertadas em primeiro lugar mulheres, depois mulheres que pertençam às forças militares, e, em seguida, homens com mais de 50 anos. Há dois reféns com ligações a Portugal que podem cumprir estes critérios: Ofer Kalderon, de 54 anos, e Tsachi Idan, de 50 anos.

Em contrapartida, o número de prisioneiros palestinianos a cumprir prisão perpétua que serão libertados como parte do acordo ainda está por definir.

Ainda durante esta primeira fase, as tropas israelitas irão retirar-se do terreno, em direção a Leste e para longe das populações, reagrupando-se ao longo das fronteiras de Gaza para se proceder à troca de reféns. Será permitido aos palestinianos regressarem às suas casas e será facilitado o tratamento dos doentes.

O Hamas atacou Israel a 7 de outubro de 2023, fazendo mais de 1.200 vítimas mortais. Os ataques de retaliação de Israel em Gaza já terão causado a morte de mais de 46 mil pessoas.

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