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António Costa para Trump. UE apoia totalmente Dinamarca na integridade da Gronelândia

03 fev, 2025 - 22:27

Presidente do Conselho Europeu recorda Carta das Nações Unidas e "os princípios da soberania, da integridade territorial e da não invasão de fronteiras e estes são princípios universais".

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O presidente do Conselho Europeu, António Costa, disse esta segunda-feira que os líderes da União Europeia (UE) "apoiam totalmente" a Dinamarca na defesa da integridade territorial da Gronelândia, dadas as ameaças norte-americanas.

"A preservação da integridade territorial da Dinamarca, da sua soberania e da inviolabilidade das suas fronteiras é essencial para todos os Estados-membros" da UE, disse o líder da instituição que junta os chefes de Governo e de Estado europeus.

António Costa falava aos jornalistas em Bruxelas no final do primeiro retiro de líderes da UE, iniciativa por si criada para debates mais informais entre os chefes de Governo e de Estado europeus e dedicada à área da segurança e defesa.

"A União Europeia continua a defender a Carta das Nações Unidas, os princípios da soberania, da integridade territorial e da não invasão de fronteiras e estes são princípios universais. Apoiamos a Ucrânia na defesa destes princípios e, naturalmente, defenderemos também estes princípios se a integridade territorial de um Estado-membro da União Europeia for posta em causa", elencou o também antigo primeiro-ministro português.

O encontro surgiu numa altura em que o Presidente norte-americano, Donald Trump, tem vindo a reivindicar um maior acesso ao Ártico, e manifestando interesse em adquirir a Gronelândia, um território autónomo gerido pela Dinamarca.

Esta segunda-feira de manhã, à chegada ao encontro informal de líderes da UE, a primeira-ministra da Dinamarca, Mette Frederiksen, mostrou-se disponível para dialogar com os Estados Unidos sobre a Gronelândia, mas frisou que o território autónomo "não está à venda".

"Temos sido muito claros: todos temos de respeitar a soberania de todos os Estados no mundo - e a Gronelândia é hoje uma parte do reino da Dinamarca - não está à venda", referiu.

A líder dinamarquesa disse também "concordar totalmente com os americanos que a região do Extremo Norte, a região do Ártico, é cada vez mais importante quando falamos de defesa e segurança e de dissuasão, e [que] é possível encontrar uma forma de assegurar uma pegada mais forte [dos Estados Unidos] na Gronelândia, onde já estão".

A chefe do governo de Copenhaga lembrou ainda que as tropas dinamarquesas combateram ao lado dos Estados Unidos durante muitas décadas.

Desde as primeiras declarações de Donald Trump a proclamar a necessidade de adquirir a ilha do Ártico, os seus dirigentes têm repetido que esta não está à venda.

A Dinamarca, país a que pertence o território autónomo, comentou que a Gronelândia pertence aos seus habitantes e assegurou ainda o apoio dos seus parceiros europeus no respeito pelas fronteiras e pela soberania nacional.

As eleições na Gronelândia deverão ser realizadas até 06 de abril e os políticos estão preocupados com uma possível interferência estrangeira.

Donald Trump disse pela primeira vez que queria comprar a Gronelândia em 2019, durante o seu primeiro mandato na Casa Branca, uma oferta que tanto o território autónomo como a Dinamarca rejeitaram.

Esta ilha ártica com dois milhões de quilómetros quadrados (80% dos quais cobertos de gelo) conta com uma população de apenas 56 mil habitantes.

Desde 2009, a Gronelândia tem um novo estatuto que reconhece o direito à autodeterminação.

Os Estados Unidos mantêm uma base militar no norte da Gronelândia ao abrigo de um amplo acordo de defesa assinado em 1951 entre Copenhaga e Washington.

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