13 mar, 2025 - 00:33 • Redação
Vinte e um mortos civis é o balanço de um ataque de rebeldes contra um comboio com mais de 400 passageiros na região paquistanesa do Baluchistão, segundo fontes militares. O sequestro começou na terça-feira e terminou esta quarta-feira, com uma operação das forças de segurança.
O Exército Separatista do Baluchistão (BLA) disparou sobre um comboio expresso, que fazia a ligação entre as cidades de Quetta e de Peshawar, mantendo alguns dos passageiros como reféns.
As forças de segurança paquistanesas afirmam ter posto fim, esta quinta-feira, à operação, resgatando mais de 300 passageiros de uma viagem na qual seguiam muitas mulheres e crianças. O porta-voz dos militares Ahmed Sharif Chaudhry refere que foram mortos 21 reféns e 33 rebeldes.
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Dos resgatados, pelo menos 17 estavam feridos e foram levados para o hospital. Shaid Rind, porta-voz do governo da província, refere que as autoridades declararam estado de emergência nos hospitais em Sibi, a cidade mais próxima, colocando em alerta todos os profissionais para a acorrer às vítimas do ataque.
O grupo assume ter colocado uma bomba nos carris antes de invadir o expresso, reclamando o controlo do comboio que ficou paralisado no distrito de Sibi. Segundo a imprensa local, os membros separatistas ameaçaram começar a matar reféns se as autoridades não libertassem prisioneiros políticos do Baluchistão, em 48 horas. Em comunicado, o grupo anuncia ter matado pelo menos seis militares.
O ministro do Interior, Moshin Naqvi, diz estar a rezar pelas vítimas e condena o ataque. “As bestas que dispararam contra passageiros inocentes não merecem concessões”, avisa.
Os relatos dos passageiros que foram libertados descrevem os momentos vividos como “cenas do juízo final”. À BBC, Ishaq Noor diz que “nós segurámos a respiração durante os disparos, sem saber o que aconteceria a seguir”. Sobre o resgate, Muhammad Ashraf relata ter havido “muito medo entre os passageiros".
"O grupo andou cerca de quatro horas até à estação de comboio mais próxima. Muitos homens carregaram os passageiros mais fracos nos ombros. Nós chegámos à estação com grande dificuldade”, disse.
À estação Al Jazeera, um funcionário dos caminhos de ferro em Quetta disse que perto de 70 passageiros, entre mulheres, crianças e idosos, conseguiram chegar pelo próprio pé à estação de Panir, aproximadamente a seis quilómetros do local do ataque. Outros reféns foram resgatados quando as forças de segurança chegaram ao comboio atacado.
Esta não é a primeira vez que o BLA ataca comboios. A último ação em grande escala ocorreu em novembro, altura em que um bombista suicida se fez explodir na estação de Quetta. O grupo assumiu a autoria do ataque que vitimou pelo menos 30 pessoas.