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Estados Unidos

“Bom homem”. Trump apoia conselheiro que adicionou jornalista a conversa para planear ataques no Iémen

25 mar, 2025 - 18:32 • João Pedro Quesado

Vários participantes na conversa estiveram esta terça-feira no Senado, onde recusaram a gravidade da situação e evitaram responder diretamente às questões. O diretor da CIA disse desconhecer que um dos envolvidos estava em Moscovo quando participava na conversa.

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Donald Trump saiu esta terça-feira em apoio do conselheiro de segurança nacional, Michael Waltz, depois deste ter adicionado o editor da revista The Atlantic a uma conversa privada com altos responsáveis da Casa Branca, incluindo o vice-presidente dos EUA, para planear ataques militares no Iémen.

“O Michael Waltz aprendeu uma lição, e é um bom homem”, disse o Presidente dos Estados Unidos da América numa entrevista à NBC News.

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Donald Trump alegou ainda que o responsável por o jornalista Jeffrey Goldberg ser adicionado à conversa era um funcionário do conselheiro de segurança nacional, que “tinha o número do Michael lá”.

O Presidente dos EUA disse que a presença do jornalista na conversa através da aplicação Signal não teve “impacto nenhum” na operação militar, e afirmou que a situação foi “a única falha em dois meses, e percebeu-se que não era séria”.

A revista The Atlantic revelou esta segunda-feira que o seu editor tinha sido adicionado a uma conversa onde o vice-presidente dos EUA, o secretário de Estado, de Defesa e a chefe de gabinete da Casa Branca, entre outros altos responsáveis, planearam ataques militares no Iémen, partilhando informações militares confidenciais fora do sistema de informações criado pelos EUA para esse propósito.

Segundo a revista, entre as informações confidenciais estão informações detalhadas sobre alvos, armamento e sequências de ataque, discutidas em mensagens que a publicação não citou. Em causa está a violação da Lei da Espionagem, que estabelece as regras sobre as comunicações com estas informações.

Depois de tanto o secretário de Defesa, Pete Hegseth, e a porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, terem desvalorizado o caso e negado a discussão de planos de guerra – apesar do porta-voz do Conselho de Segurança Nacional ter confirmado a autenticidade das mensagens –, vários dos responsáveis presentes na conversa estão esta terça-feira a testemunhar perante o Senado, onde uma audiência sobre ameaças mundiais foi tomada pelo caso.

John Ratfcliffe, diretor da CIA, confirmou que estava na conversa, mas afirmou que esta era “legal”, e alegou que a aplicação Signal foi instalada no computador de trabalho na CIA e era permitida como ferramenta de comunicação. Questionado pelo senador democrata Jon Ossoff se a conversa era um “erro enorme”, Ratcliffe negou. Depois, disse que não sabia que o conselheiro de Trump para o Médio Oriente, que também estava a participar na conversa, estava em Moscovo enquanto o fazia.

BENNET: Did you know that the president's Middle East adviser was in Moscow on this thread while you were as director of the CIA participating in this thread? Were you aware of that?! RATCLIFFE: I'm not aware of that BENNET: It's am embarrassment

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— Aaron Rupar (@atrupar.com) March 25, 2025 at 3:38 PM

Já Tulsi Gabbard, questionada sobre a partilha de informações detalhadas sobre os ataques, negou, afirmando que “não houve ações de informação ou classificadas que foram incluídas nesse grupo de conversa”. Depois, afirmou não se lembrar da discussão de armas, alvos e um calendário específico.

Gabbard, diretora nacional de informações, recusou ainda responder a questões sobre se estava a utilizar o telemóvel pessoal ou o dispositivo que lhe foi atribuído pelo Estado, escusando-se com o assunto estar “em revisão”.

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