15 abr, 2025 - 00:50 • Fábio Monteiro
A Universidade de Harvard anunciou, esta segunda-feira, que não aceitará as exigências da administração de Donald Trump, recusando ceder àquilo que descreve como uma tentativa de controlo político da instituição.
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A posição foi divulgada numa nota publicada na rede social X, onde a universidade assegura que “não se renderá nem abdicará dos seus direitos constitucionais”.
Segundo o presidente interino da universidade, Alan M. Garber, Harvard recebeu recentemente uma lista atualizada e alargada de exigências da Casa Branca, acompanhada de uma ameaça: a continuidade do apoio financeiro federal estaria dependente do cumprimento dessas condições.
Entre as dez exigências apresentadas, incluem-se restrições à entrada de estudantes internacionais considerados “hostis aos valores e instituições americanas”, auditorias por entidades externas a programas acusados de promover “assédio antissemita” e o encerramento imediato de todas as iniciativas de diversidade, equidade e inclusão, a substituir por políticas baseadas exclusivamente no mérito.
Garber classificou as imposições como “sem precedentes” e denunciou uma tentativa de controlo ideológico, afirmando que o objetivo do governo é “policiar as opiniões de estudantes, docentes e funcionários” da universidade.
Harvard notificou a administração Trump da sua recusa em aceitar os termos. Em carta enviada à Casa Branca, os advogados da universidade reiteraram o compromisso no combate ao antissemitismo, mas afirmaram que as exigências invadem liberdades académicas “reconhecidas há décadas pelo Supremo Tribunal”.
“A intenção não é colaborar connosco de forma construtiva, mas sim impor um controlo sobre as condições intelectuais da universidade”, declarou Garber.