03 mai, 2025 - 09:59 • Maria João Costa , Daniela Espírito Santo com Reuters
O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, confirmou este sábado que, no seu encontro com Donald Trump durante o funeral do Papa Francisco, na Basilica de São Pedro, em Roma, os dois líderes acordaram que um cessar fogo de 30 dias entre Kiev e Moscovo seria o primeiro passo correto para o fim da guerra.
Em declarações avançadas pela agência Reuters, é referido que o encontro entre Trump e Zelensky foi o "melhor" que alguma vez tiveram.
Na conversa, sentados frente-a-frente na Basílica, Zelensky levantou a questão das sanções e diz que Trump respondeu de forma “muito forte”, mas não adiantou pormenores.
Durante a reunião improvisada, terão sido abordados temas como os sistemas de defesa aérea e as sanções à Rússia, admite o Presidente da Ucrânia, em comentários divulgados pela administração presidencial do país.
"Estamos prontos para que os sistemas de defesa aérea sejam uma contribuição. Contei-lhe o número de sistemas de que precisamos e ele disse-me que iam trabalhar nisso, porque essas coisas não são gratuitas", diz o Presidente ucraniano.
Zelensky assegura, igualmente, que o acordo sobre os minerais assinado pelos dois países na quarta-feira foi mutuamente benéfico e permite à Ucrânia defender futuros investimentos dos EUA, como o seu próprio território e povo. Recorde-se que o acordo promovido por Donald Trump dá aos EUA acesso preferencial a novos acordos de minerais ucranianos e liberta investimento norte-americano na reconstrução da Ucrânia pós-guerra.
Kiev defende um cessar-fogo "imediato e incondicional" durante pelo menos 30 dias. Já o Presidente russo, Vladimir Putin, admite concordar com tal cenário em princípio, mas que ainda há muitas questões que precisam de ser esclarecidas antes que tal aconteça.
Moscovo ofereceu um cessar-fogo de três dias por volta de 9 de maio, altura em que a Rússia celebra a vitória sobre a Alemanha nazi na Segunda Guerra Mundial. Zelensky respondeu no entretanto que estava pronto para assumir tal compromisso, desde que a trégua durasse 30 dias.
Pelo caminho ainda deixou um aviso: dada a guerra contínua com a Rússia, não poderia garantir a segurança de qualquer representante estrangeiro que vá a Moscovo celebrar o dia da vitória, a 9 de maio.
"Não podemos ser responsabilizados pelo que acontece no território da Federação russa. Eles são responsáveis pela sua segurança e, como tal, não lhes daremos qualquer garantia", diz.