06 mai, 2025 - 21:47 • Ricardo Vieira, com Reuters
As forças armadas da Índia atacaram esta terça-feira nove alvos no Paquistão e na Caxemira paquistanesa, no âmbito da operação "Sindoor", anunciou o exército indiano, sublinhando que a ofensiva foi "focada, medida e não escalatória".
Nenhuma instalação militar paquistanesa foi visada, segundo um comunicado oficial.
Já segue a Informação da Renascença no WhatsApp? É só clicar aqui.
"A justiça foi servida", afirmou o exército indiano numa publicação na rede social X, referindo que os ataques tiveram como alvo "infraestruturas terroristas" a partir das quais foram planeados atentados contra a Índia.
As autoridades indianas garantem que houve "considerável contenção" na escolha dos alvos e no método de execução.
De acordo com o Ministério da Defesa do Paquistão, os ataques indianos atingiram três locais civis, incluindo duas mesquitas. Um porta-voz militar confirmou pelo menos três mortos e 12 feridos.
As autoridades paquistanesas acusam a Índia de "mentir" sobre os alvos, assegurando que não havia campos militantes nos locais atingidos.
A ofensiva surge na sequência do atentado de 22 de abril, quando 26 turistas hindus foram mortos por militantes islâmicos na Caxemira indiana. Este foi o ataque mais mortífero contra civis na região em quase duas décadas. A Índia responsabiliza o Paquistão pelo ataque e prometeu retaliar, mas Islamabad nega qualquer envolvimento.
Canais de televisão indianos divulgaram imagens de explosões, incêndios e colunas de fumo no céu noturno, bem como civis a fugir em várias áreas da Caxemira paquistanesa. A "Reuters" não conseguiu verificar de forma independente essas imagens.
O ministro da Defesa do Paquistão, Khawaja Muhammad Asif, declarou à televisão "Geo" que a Índia disparou os mísseis a partir do seu próprio espaço aéreo e reiterou que “os alvos atingidos eram civis, não campos militantes”.
Entretanto, o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, anunciou que a Índia vai “cortar a água” dos rios que fluem para o Paquistão, como resposta ao ataque de abril. "A água que pertence à Índia será agora utilizada para o nosso país", afirmou Modi num comício.
Os combates intensificaram-se na fronteira entre os dois países, com trocas de tiros de artilharia ligeira durante a noite ao longo da linha de controlo, naquela que é descrita como a pior escalada militar dos últimos anos.